Vacinação dos profissionais da educação e a garantia, no próximo decreto, de aulas híbridas, desde que as instituições de ensino cumpram os protocolos de biossegurança. Estes foram os pedidos feitos pelo Reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Prof. Valdiney Gouveia, durante reunião por videoconferência, nesta terça-feira (06), com o Governador da Paraíba, João Azevêdo. O objetivo da reunião foi discutir como se dará o funcionamento das aulas a partir do dia 12 de abril.
Integraram também a reunião o Prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, sindicatos e associações dos professores e trabalhadores das redes públicas e privadas, sindicatos patronais, representantes das universidades públicas e privadas e representação de pais de alunos, além do secretário de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia Cláudio Furtado, o secretário executivo de Gestão da Rede de Unidades de Saúde Daniel Beltrammi, entre outros gestores.
O Reitor da UFPB, Prof. Valdiney Gouveia, explicou que, a despeito das divergências apresentadas pelos participantes da reunião entre aulas presenciais ou remotas, cada instituição sabe as suas necessidades, destacando a demanda de aulas híbridas na UFPB para oferta dos componentes presenciais e remotos.
“Nós precisamos de aulas híbridas, inclusive para enfrentar a pandemia. Diversos estudantes da área de saúde não podem concluir o curso e cair em campo porque não têm atividades práticas”, explicou o Reitor Valdiney Gouveia. Segundo ele, na UFPB, a maior parte dos componentes curriculares podem se adequar à modalidade remota, mas o restante não é possível.
“Esse não é um campo de batalha, esse não é um campo de luta, de conflitos – nem deve ser –, há que se buscar soluções que sejam eficazes e que atendam às demandas e peculiaridades em cada instituição de ensino”, defendeu o Prof. Valdiney Gouveia.
A UFPB é – e historicamente tem sido – parceira do Estado e dos municípios paraibanos onde se localizam seus campi. Conforme o Prof. Valdiney, a Paraíba tem potencial enorme.
“Nós desenvolvemos uma máscara, a CoVSink, que tem uma eficácia de 99,99% e o nosso Estado não está se aproveitando disso; nós desenvolvemos um teste rápido para covid-19, em 40 minutos damos o resultado, com 90% de sensibilidade; nós estamos com um projeto para tratar inflamação pulmonar com robores e os três robores já estão em João Pessoa para a gente começar. Nós queremos, senhor Governador, senhor Prefeito, parcerias”, anunciou o Reitor da UFPB.
O Prof. Valdiney elogiou a iniciativa do Governador de reunir os representantes dos múltiplos segmentos da educação, pública e privada, para tratar sobre o setor no contexto da pandemia, ressaltando também a luta exemplar do Governador contra a covid-19 em âmbito estadual. Da mesma forma, o Reitor da UFPB ressaltou o empenho do Prefeito Cícero Lucena e dos gestores da saúde no Estado e nos municípios no trabalho contra a pandemia.
O Prefeito Cícero Lucena reconheceu “a importância da academia ser parceira não só na pesquisa, nos protocolos que a academia pode nos oferecer, que ajudam exatamente na preservação da vida, até para quando a gente for flexibilizar, bem como o desenvolvimento tecnológico que nos foi oferecido nessa oportunidade, e que, por parte da Prefeitura, Prof. Valdiney, tenha certeza absoluta que nós vamos buscar”, afirmou o Prefeito Cícero Lucena.
Além do Reitor da UFPB, participaram da reunião os reitores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB).
Governo do Estado – O Governador João Azevêdo, após ouvir os argumentos de todos os participantes, ponderou que é preciso se conviver com a pandemia a qual, inevitavelmente, causará perdas. “Nós gostaríamos muito de passar por essa pandemia sem perdas de vida, sem perdas na economia, sem perdas de qualidade nenhuma. Infelizmente, é impossível, todos nós iremos perder, sim, essa é a grande realidade”, lamentou o Governador.
Segundo o gestor estadual, a vacinação é a única forma de proteção para a população, mas ela não chegará para todos de forma rápida porque houve uma demora significativa na aquisição de vacinas no Brasil.
Reconhecendo a importância da educação, João Azevêdo corroborou com os posicionamentos de alguns participantes da reunião na defesa da vacinação, entre os grupos prioritários, dos professores de todos os níveis de ensino, mas lembrou que essa alteração no plano nacional de imunização compete ao Ministério da Saúde, como ocorreu em favor das forças de segurança.
“Nós, enquanto governadores, pelo Fórum de Governadores do Brasil, apresentamos um ofício junto ao Ministério da Saúde para que houvesse uma alteração na sequência dos grupos chamados prioritários para que os professores também sejam vacinados, estamos lutando por isso”, informou o Governador.
De acordo com o Governador, considerando que as faixas etárias menores de 18 anos demorarão a ser vacinadas, isso inclui os alunos. “Se a gente for imaginar que nós só abriremos aulas presenciais ou híbridas ou com percentual presencial e outra parte ensino a distância dentro desse processo híbrido com a vacinação dos alunos, nós estaremos fadados a não iniciar provavelmente nem no próximo ano, e eu acho que não é isso que a gente precisa, a gente precisa ter uma condição de segurança para proteger os professores e alunos”, ponderou o Governador.
O Governador explicou que o último decreto editado pelo Governo do Estado (nº 41.142/21), flexibilizando alguns segmentos, teve como base os números que o Estado detém sinalizando uma estabilização dos números de casos e de óbitos, embora ainda muito altos, mas a expectativa é que em função das restrições adotadas esses números comecem a cair.
João Azevêdo explicou que as informações de todos na reunião servirão de base para as decisões e próximos decretos em função da pandemia de covid-19.
“Com certeza nós vamos promover outras reuniões como essa porque essa pandemia vai levar muito tempo, não vai acabar de uma hora para outra; nós vamos ter que nos adequar”, pontuou o Governador.