JULIA CHAIB E RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A diretora-técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, afirmou à CPI da Covid nesta quarta-feira (14) que o Ministério da Saúde não questionou a Precisa sobre o fato de a empresa Global, que faz parte do mesmo grupo societário da companhia intermediadora da compra da vacina Covaxin, ser acusada de ter dado calote na pasta.
A Global recebeu em 2017 antecipadamente R$ 20 milhões por medicamentos de doenças raras que nunca foram entregues quando o ministro era o atual deputado Ricardo Barros (PP-PR). O presidente da empresa, Francisco Emerson Maximiano, conhecido como Max, também é sócio da Precisa.
Após investigação, o Ministério Público Federal denunciou a Global junto com Barros por improbidade administrativa.
Em resposta a questionamento do senador Humberto Costa (PT-PE), Emanuela afirmou que o Ministério da Saúde não questionou a Precisa a respeito da acusação feita à empresa sócia durante negociação para a compra da Covaxin.
“O MS em nenhum momento invocou a discussão da possibilidade de uma empresa envolvida numa fraude contra Ministério ser intermediária da aquisição de um contrato de R$1,6 bilhão”, ressaltou o senador.
O parlamentar também perguntou se a Bharat Biotech, laboratório que produz a vacina, tinha conhecimento a respeito de investigação sobre a Precisa ter superfaturado o valor de testes em venda ao Distrito Federal.
Emanuela respondeu que a farmacêutica indiana conhecia o histórico da empresa.
“Sempre fomos transparentes”, disse a depoente.
Além disso, ela alegou que os funcionários da Precisa tinham experiência na compra de vacinas e isso credenciava a companhia a fazer o negócio, embora a empresa em si nunca tivesse adquirido imunizantes antes.