O encontro entre Lula e Zelensky ocorreu nesta quarta-feira (24), em paralelo à 80ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). A reunião bilateral, solicitada pelos ucranianos, sinaliza uma tentativa de aproximação entre os dois líderes, que, nos últimos anos, trocaram críticas sobre a guerra na Ucrânia.

A relação entre Brasil e Ucrânia passou por altos e baixos, especialmente devido à postura de Lula em relação à Rússia, com quem mantém laços históricos. Apesar de Lula ter condenado os ataques russos, ele foi criticado por não romper relações com Moscou e por suas declarações sobre o apoio ocidental à Ucrânia. Em 2022, Lula afirmou que Zelensky ‘quis’ a guerra, gerando desconforto. Zelensky, por sua vez, respondeu que não entendia a postura de Lula, questionando se o presidente brasileiro achava que sua sociedade não compreendia a situação.

Em maio de 2023, uma tentativa de encontro durante a cúpula do G7 não se concretizou, gerando embaraço para a delegação brasileira. No entanto, a reunião em Nova York foi considerada um passo positivo, com assessores afirmando que a conversa foi ‘calorosa e honesta’.

No encontro, Lula reiterou que a solução para o conflito entre Ucrânia e Rússia, que já dura mais de três anos, não passa por uma “saída militar”, defendendo diálogo e maior engajamento da ONU. Para o presidente, o primeiro deve ser a negociação um cessar-fogo. Zelensky agradeceu os esforços do Brasil em buscar caminhos para a paz e mencionou futuras conversas sobre comércio e economia.

A relação entre os dois líderes começou a mudar com a vitória de Donald Trump, que alterou a dinâmica geopolítica e levou Zelensky a buscar novos apoios internacionais. O Brasil, por sua vez, tem se posicionado como uma voz do Sul Global, o que torna Lula um interlocutor relevante para Zelensky, especialmente em um momento crítico da guerra. A busca pela aproximação reflete a necessidade da Ucrânia de fortalecer laços diplomáticos em um cenário de crescente pressão internacional.