O ex-governador e candidato ao Senado pela Paraíba nas eleições deste ano, Ricardo Coutinho (PT) disse nesta terça-feira (6) que são “falsas” as gravações onde aparece debatendo valores de supostas propinas com Daniel Gomes da Silva, ex-operador das Organizações Sociais (OSs) Cruz Vermelha do Brasil (CVB) e Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (Ipcep), que geriam hospitais no estado.
As gravações foram obtidas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) e constam na decisão judicial que resultou na 7ª fase da operação Calvário, que investiga desvios na Saúde do estado na época da gestão de Ricardo.
“São falsas meu querido, são falsas, cadê as provas? eu imito tua voz, eu vou alí em Bayeux, vou alí em Campina Grande, vou alí no Rio Grande do Norte, imito tua voz tranquilamente […] Se me colocam no meio eu sei o que é e o que não é, pegaram coisas que eram com coisas que não eram”, disse Ricardo em sabatina da rádio CBN.
Ele ainda disse que tem “muita confiança” nos recursos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo sua condição de inelegibilidade e que “irei ganhar as eleições e farei um grande mandato de senador”.
“A minha vida ela pode como fizeram colocar de cabeça pra baixo, não encontraram nada, concretamente nada, o único intuito era me tirar da política, mas estou aqui, a população tanto sabe disso que me faz líder em todas as pesquisas, até nas pesquisas dos adversários”.
Ainda questionado sobre as denúncias e processos da Calvário, Coutinho afirmou que o “Ministério Público não é infalível” e os “setores que extrapolaram os limites da lei precisam naturalmente responder por isso, pela democracia, não por Ricardo”. Apesar das críticas, disse que o MP é formado, “na maioria, por gente extremamente competente e dentro dos limites da lei”.
O petista comparou novamente a operação Lava Jato com a Calvário e criticou a imprensa pela “espetacularização da notícia, ao invés da verdade da notícia”.
“Eu mesmo aqui nunca tive o outro lado, tentaram me massacrar e me excluir da política e não me permitiram sequer ser ouvido. Não fui ouvido pela justiça, não fui ouvido pelo MP e fui apenas acusado irresponsavelmente, anote a palavra que estou dizendo, irresponsavelmente porque não existe nenhuma prova”, comentou.
A Operação Calvário investiga organização criminosa suspeita pelo desvio de mais de R$ 130 milhões de serviços de saúde e educação. O ex-governador já foi denunciado mais de uma vez operação, mas ainda não foi julgado.
Ele está inelegível, no entanto, por uma decisão de 2020 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em que foi condenado por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. A condenação no TSE tem duração de oito anos e vale até o dia 05 de outubro de 2022, três dias após a eleição.