O Presidente Nacional do Cidadania, o ex-senador Roberto Freire conversou nesta quarta-feira (21) com o programa F5 da 89RádioPop e fez revelações importantes sobre como pensa o partido e as previsões para as eleições do próximo ano.
Quando perguntado sobre o enfrentamento da pandemia pelo presidente Jair Bolsonaro, Roberto Freire deixou claro que o Brasil é um retrato de um desastre com um governo federal que só amplia a tragédia causada pelo COVID-19 .
Para o ex-senador, as ações de Bolsonaro, durante enfrentamento à doença, até encontravam eco nas ações do ex-presidente americano Trump, que mesmo assim fechou importantes contratos com fabricantes de vacinas que estão ajudando os Estados Unidos a sair dessa crise sanitária, como também com os atos do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que ao contrair a COVID-19, mudou radicalmente de posição, assumindo uma postura combativa e de respeito à Ciência que se reflete na vacinação de mais de 60% da população do Reino Unido que sai, aos poucos, da pandemia.
Sobre o novo cenário político e a “nova política”, o presidente Roberto Freire disse que esse novo tempo veio para ficar e que não voltará, apenas mudou de endereço com a utilização das novas mídias sociais e um movimento internacional de grupos de extrema direita que criou verdadeiras bolhas, encontrando eleitores para candidatos, a exemplo de Bolsonaro no Brasil.
Para Roberto Freire, Jair Bolsonaro era representante do baixo clero e um um “político medíocre” que só chegou à Presidência da República, graças à atuação dessas ferramentas digitais que permanecerão na política em todas as eleições.
Ele ressaltou “que se o país tivesse uma Procuradoria Geral da República séria, diante de todo negacionismo à ciência e atitudes expressadas pelo Presidente da República, já o teria feito responder por crimes durante o exercício do cargo. Bolsonaro representa a péssima política, não a nova como defendem os seguidores dele”, completou o presidente Nacional do Cidadania.
Ele elogiou bastante o comportamento e a força do governador João Azevêdo durante o enfrentamento à pandemia, atitudes que garantiram ao partido uma visibilidade positiva e que o nome de João deve ser elevado dentro da legenda, demonstrando o expressivo desempenho do governador paraibano e que o Cidadania ver o governador João Azevedo como grande propulsor da legenda não só na estado, mas em todo cenário nacional.
“A reeleição de João Azevêdo será uma prioridade para o Cidadania. Inclusive quero dizer que estamos em falta com ele. Aproveito para dizer aqui que precisamos colocá-lo na direção nacional do partido, não só por ser governador, mas pelo que ele tem se revelado como líder”, afirmou.
Outro assunto conversado com o presidente Nacional do Cidadania foi sobre o novo ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga. Ele defendeu ver semelhanças, até mesmo por serem médicos, com ex-ministros da saúde Mandetta e Teich, mas que não sabe se o atual ministro terá uma postura firme, diante dos desmandos do presidente Bolsonaro que continua negando a gravidade da pandemia e as medidas de proteção.
Freire defende que o cenário de 2022 é completamente diferente do que aconteceu em 2018, pois a polarização entre PT e Bolsonaro foi uma surpresa, principalmente depois do atentado ao atual presidente da República. Enquanto a candidatura de Haddad crescia, outros candidatos foram reduzindo a participação na disputa, deixando o eleitor brasileiro apenas com duas opções.
Quando perguntado sobre a possibilidade de Luciano Huck ser candidato à Presidência da República pelo Cidadania, Roberto Freire disse que não descarta esse cenário e que o nome de Huck tem grande representatividade no Brasil, pois ele é um empresário que mostra conhecer os problemas da população, a falta de oportunidade, a necessidade real do brasileiro e completou o pensamento, dizendo que há candidatos de Amoedo a Ciro Gomes, também existindo no meio nomes como Mandetta, Doria, Eduardo Leite e o próprio Luciano Huck.
Ele explicou que o plano A do partido é aumentar o quadro nas eleições de 2022 , derrubando cláusulas de barreira e aumentando o número de filiados eleitos e ainda defendeu, como segunda via, a possibilidade de ter um candidato próprio forte como Luciano Huck, mostrando protagonismo na disputa à Presidência do Brasil.
Para Roberto Freire não se pode pensar no fim dos confrontos políticos, mas que esses sejam civilizados, sem caminhar para barbárie.