A Polícia Federal prendeu quatro mulheres durante a segunda fase da operação “Território Livre”, deflagrada em João Pessoa nesta quinta-feira (19/9), com o objetivo de combater o crime de aliciamento violento de eleitores.
São elas: a vereadora de João Pessoa Raíssa Lacerda (PSB), Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos ( suspeita de usar de poder para determinar quem deve ser votado no Bairro São José, na capital), Taciana Batista do Nascimento (usada por Pollyana para exercer influência na comunidade, é seu braço direito. Ligada a ONG Ateliê Vida, segundo a PF) e Kaline Neres do Nascimento Rodrigues (articuladora de Raíssa Lacerda no bairro Alto do Mateus. Tem ligação com facção do bairro e usa para coagir os votos em determinados candidatos, conforme as investigações da Polícia Federal).
Além das prisões preventivas, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos – quatro nos locais das prisões, um na ONG do Bairro São José (Ateliê da Vida) e os outros que foram realizados ao longo do dia.
Após audiência de custódia, finalizada no início da tarde de hoje, ficou determinado que as quatro suspeitas irão continuar presas. Inicialmente, a assessoria da PF na Paraíba comunicou que a vereadora Raissa iria para o Quinto Batalhão, no Valentina, e as demais para o presídio Júlia Maranhão, em Mangabeira, em João Pessoa. Horas depois, a PF informou que a vereadora Raíssa também foi recolhida no presídio Júlia Maranhão, “apenas por logística do sistema penal“.
Também foi cumprido o mandado de prisão de Kenny Rogeus Gomes da Silva, que já se encontra preso no presídio PB 1 e é marido de outro alvo preso hoje, Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos.
“Essa operação de hoje ela combate o novo “voto de cabresto”, antigamente realizado por coronéis junto aos seus empregados, agora realizado pelas facções, pelos traficantes e por milícias, tendo um político como beneficiário direto e aquele que coage o eleitor de sua região como beneficiário indireto daquele voto conseguido por meio do aliciamento eleitoral violento. Ocorre que os candidatos transacionam com a criminalidade violenta”, declarou a Polícia Federal.
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Segundo dados da plataforma Sagres, do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), Taciana Batista do Nascimento é contratada como auxiliar operacional da prefeitura de João Pessoa. Enquanto Kaline Neres do Nascimento Rodrigues é lotada na Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).
Durante a primeira etapa da operação, no dia 10 de setembro, um dos mandados de busca aconteceu na residência da vereadora Raíssa, que é candidata à reeleição.
Através de nota divulgada por sua assessoria, Raíssa Lacerda negou os crimes. “Acordamos perplexos com a notícia da prisão da vereadora Raíssa Lacerda pela Polícia Federal e reiteramos sua inocência, estamos todos consternado (sic) e abismado (sic) com essa situação. Como dito anteriormente, Raíssa não possui nenhuma ligação com as pessoas que foram citadas no processo da operação ‘Território Livre’ e a verdade virá a tona e será esclarecida. Todos saberão da índole de Raíssa Lacerda e de sua honestidade. Raíssa é inocente e tem como provar. Ela está sendo vítima de uma ardilosa perseguição eleitoral”.
Também por meio de nota, a Câmara Municipal de João Pessoa informou que a Procuradoria Geral da Casa de Napoleão Laureano está acompanhado de perto a operação da PF.
“A Câmara Municipal de João Pessoa informa que a sua Procuradoria-Geral vem acompanhando de perto os desdobramentos da Operação Território Livre, da Polícia Federal. Informa ainda que a Casa do Povo, composta por representantes legítimos da população, confia no trabalho da Justiça e no devido processo legal. Por fim, ressalta que a Casa de Napoleão Laureano e seus representantes defendem de forma intransigente o direito constitucional de ir e vir das pessoas e vão acompanhar de perto o desenrolar das investigações.”