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Salles falta a reunião de conselho da Amazônia, e Mourão chama ausência de falta de educação
26/05/2021 / 19:30
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, faltou a uma reunião do Conselho da Amazônia Legal nesta quarta-feira (26) e não enviou representante, o que provocou queixas públicas do vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB). Para o vice, o gesto do auxiliar do presidente Jair Bolsonaro é “falta de educação”.

“Lamento profundamente a ausência do ministério mais importante, que não compareceu nem mandou representante, lamento profundamente”, disse Mourão, ao final de encontro realizado no Palácio do Itamaraty. “Da forma que eu fui formado eu considero isso falta de educação.”

Mourão chefia o Conselho da Amazônia, estrutura que coordena as ações de preservação no bioma mas que passa por um processo de esvaziamento.

O vice já entrou em choques anteriormente com Salles, que na semana passada foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de exportação de madeira ilegal.

Mourão foi questionado sobre os impactos da ação da PF tanto nos trabalhos do conselho quanto na imagem internacional do Brasil, mas evitou fazer comentários e disse que aguarda os desdobramentos da investigação.

Não é a primeira vez que a ausência de Salles em encontros sobre a Amazônia irrita Mourão.

Em janeiro, o vice convocou uma reunião sobre o fim das operações de GLO (Garantir da Lei e da Ordem) na Amazônia, mas Salles faltou e não mandou representante.
Salles tem o apoio de Bolsonaro, mas Mourão avalia internamente que o ministro tem sido um obstáculo para a melhora da interlocução do país com parceiros internacionais.

Nesta quarta, Mourão reconheceu que os índices de desmatamento no Brasil “pioraram” nos meses de março e abril e disse que “a situação também não está boa” em maio.
Segundo ele, o quadro atual deixa o governo com apenas dois meses para conseguir alcançar o objetivo de reduzir o desmatamento em 15% no atual ciclo.

O vice disse que, se for necessário, o governo federal pode convocar novamente as Forças Armadas para atuarem em ações de fiscalização ambiental em uma tentativa de alcançar essa meta nos próximos dois meses.