Nesta quarta-feira (20), a Saraiva marcou o fim de uma era no mundo das livrarias. A empresa demitiu todos os funcionários de suas lojas físicas e redirecionará seu foco exclusivamente para o comércio eletrônico. Essa decisão da Saraiva representa um capítulo doloroso para o que já foi a maior rede de livrarias do Brasil, que agora enfrenta aos desafios de um modelo de negócios centrado em megastores e eletrônicos.

As informações sobre essa demissão em massa inicialmente foram divulgadas pelo site especializado PublishNews.

A reestruturação da Saraiva incluiu o fechamento rápido de suas lojas nos últimos meses, com mais de 30 unidades encerrando suas atividades desde meados de junho. No momento, a empresa mantém apenas cinco livrarias em operação, todas localizadas em São Paulo (quatro) e em Campo Grande (uma).

Além dessa medida, surgiram denúncias graves de que a companhia não estava honrando os pagamentos de verbas rescisórias de seus ex-funcionários, que foram dispensados devido ao fechamento das lojas. A ex-conselheira fiscal, Francine Bruscato, que renunciou ao cargo nesta semana, trouxe a público essas alegações, gerando ainda mais preocupações em torno da empresa.

A demissão em massa ocorre às vésperas de uma assembleia crucial na qual será votada uma mudança societária no negócio, envolvendo a conversão de ações preferenciais (sem direito a voto) em ações ordinárias (com direito a voto). Essa reorganização poderá determinar o futuro da Saraiva, uma das instituições mais icônicas do setor de livrarias no país.