Na primeira semana de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentou dificuldades de saúde que marcaram o período em que acompanhou o processo em regime de prisão domiciliar, medida imposta desde o dia 4 de agosto por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
No último dia 16 de agosto, Bolsonaro foi autorizado a sair de casa para realizar exames em um hospital de Brasília. Os resultados apontaram sinais residuais de duas infecções pulmonares, possivelmente ligadas a episódios de broncoaspiração, além de esofagite e gastrite em evolução. O quadro exige tratamento contínuo.
Outro fator que vem chamando atenção é a persistência de crises de soluço, descritas pela defesa como fortes e angustiantes. Segundo os advogados, essa condição reforçou a recomendação médica de que o ex-presidente permaneça em casa, evitando o estresse físico e emocional das sessões presenciais.
Durante os primeiros dias de julgamento, Bolsonaro esteve acompanhado em casa pelos filhos Jair Renan e Carlos Bolsonaro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, por sua vez, marcou presença na sede do Partido Liberal, em Brasília. As visitas ao ex-presidente foram controladas pelo Supremo e dependem de autorização expressa de Moraes. Entre as liberadas estão a do presidente da Câmara, Arthur Lira, e a solicitação de encontro feita por Bruno Scheid, vice-presidente do PL em Rondônia.
O processo em andamento pode se desenrolar em até três etapas: a sustentação oral, já concluída; a leitura dos votos, pela condenação ou absolvição; e, em caso de condenação, a definição da pena. Uma nova sessão está prevista para o próximo dia 12 de setembro, às 14h.