Durante audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso, nesta terça-feira (8/7), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu a proposta do governo Lula para instituir um imposto mínimo de 10% sobre rendas mais altas. Segundo ela, a medida visa promover justiça tributária e corrigir distorções que permitem a super-ricos pagarem menos impostos proporcionalmente do que trabalhadores da classe média.
“Não é justo que quem ganhe mais de R$ 50 mil, de R$ 60 mil, de renda, não é propriedade, não é outros tipos de benefícios temporários, não é indenização, não é nada disso, quem tenha renda acima de R$ 50 mil, não pague pelo menos 10, e nós não vamos mexer com quem pague 11, no agro, por exemplo, a maioria dos contratos, muitos contratos de arrendamento etc, paga pelo menos 11%, ninguém vai mexer com isso, nós estamos dizendo para aqueles que não pagam, ou pagam 3 ou 4, possam pagar pelo menos 10, se isso não for justiça tributária, se isso for discurso de esquerda, eu que nunca fui de esquerda, tenho que me considerar de esquerda, porque não é possível que a gente entenda isso como algo que fira a suscetibilidade de quem quer que seja, se chama justiça tributária, significa garantir às pessoas igualdade de tratamento, significa que aquele que ganha R$ 4 mil, que vai ser descontado em 22%, não vai ficar num grau de desnível tão grande com aquele que ganha R$100 mil, e não tô dizendo todos, que muitos são tributados, não vão pagar nada“, afirmou Tebet.
A declaração foi feita durante encontro para tratar do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026, em que a ministra classificou o próximo ano como desafiador. O governo prevê um superávit de R$ 34,3 bilhões. Tebet defendeu que a meta para o próximo ano é possível e factível, ainda que existam dificuldades.
A ministra também criticou medidas aprovadas em anos anteriores, como as reformas trabalhista e previdenciária, que, conforme ela, impactaram principalmente os mais pobres.
“No passado se cortou até dinheiro para ciência, tecnologia, inovação, se tirou dinheiro de farmácia popular, de políticas sociais e nunca se conseguiu mexer no andar de cima, ao qual eu pertenço, muitos de nós pertencemos.”
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