A cidade de João Pessoa recebe mais um importante monumento público que celebra a existência e a espiritualidade das religiões de matrizes africanas e indígenas na Paraíba. Trata-se da escultura Ofá Inã, idealizada pelo artista paraibano Thiago Costa em homenagem aos 50 anos do Ilê Axé Ojú Ofá Dana Dana, terreiro de tradição Jeje Savalu localizado no bairro de Mangabeira. A escultura adorna na nova sede da empresa AeC, em Mangabeiras, que patrocinou o trabalho através da Lei Municipal n 11.649/2009.
Com dimensões de 3 metros de altura por 3 metros de largura, a obra é um díptico – trabalho concebido em duas partes que, juntas, desenvolvem um conceito narrativo único, feitas em aço galvanizado pintado de vermelho. É a primeira escultura em que o artista utiliza cor sobre o metal, acrescentando uma nova camada de significado à peça. A produção da escultura teve o acompanhamento da arquiteta Giselly Pires e do serralheiro Humberto Heleno.
Mais do que uma obra de arte, Ofá Inã é um marco simbólico que se inscreve na paisagem urbana como um gesto de reconhecimento e reverência à trajetória do artista e do Ilê Axé Ojú Ofã Dana Dana — uma casa de axé que, há meio século, contribui de forma significativa para a preservação da cultura, da espiritualidade e da memória afro-brasileira e indígena na Paraíba.
A escultura se apresenta como um monumento contemporâneo, onde tradição e modernidade se entrelaçam para contar uma história. Por meio de formas como o Ofá (flecha) e o Oxê (machado) — elementos oriundos do vocabulário visual afrobrasileiro — Thiago Costa constrói uma linguagem visual, que convida o público à contemplação e ao respeito às matrizes religiosas afro-brasileiras e indígenas. “A obra parte de elementos tradicionais para construir algo que dialoga com as necessidades do presente. É uma homenagem a uma história que continuará viva e na cidade, assim como a escultura. É uma obra que aponta para o futuro e passado ao mesmo tempo.”, afirma Thiago Costa.
Sobre o artista
Thiago Costa (Bananeiras, Paraíba) artista multimídia, tem se dedicado em seu trabalho principalmente à escultura, ao vídeo e à palavra. Mestrando na Escola de Belas Artes (EBA) no Programa de Pós-graduação em Artes Visuais (PPGArtes) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Graduado em Design Gráfico pelo Instituto Federal da Paraíba (IFPB), estudou Cinema e Mídias Digitais no Instituto de Cinema de São Paulo (INC).Realizou a exposição individual “Igbaki ou o assentamento da anunciação” com curadoria de Marcelo Campos na Caixa Cultural de São Paulo, SP (2023) “Banzo” no Museu Murillo La Greca com Curadoria de Ariana Nuala em Recife, PE (2019). Participou das exposições coletivas “Atlântico Vermelho“ Organização das Nações Unidas (ONU) Genebra, Suíça (2024) “Bloco do Prazer“ no Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro – RJ (2024) “Defeito de cor“ Sesc Pinheiros, São Paulo – SP (2024) “Encruzilhadas da arte afro-brasileira“ no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB (2023), Invenção dos Reinos na Oficina Ricardo Brennand, Recife – PE (2023) ˜Um oceano para lavar as mãos – Sesc Quitandinha – Petrópolis, RJ – (2023), “Dos Brasis” – Sesc Belenzinho – São Paulo, SP (2023) “Direito a forma“ no INHOTIM, Brumadinho – MG (2023), 74° Salão de Abril, Fortaleza, CE (2023). “Carolina Maria de Jesus, um brasil para brasileiros” – Instituto Moreira Salles – IMS (2021) – São Paulo, “Raio a Raio” no Museu Arte Moderna (MAM) – Rio de Janeiro, Rj (2022), 16° Salão Municipal de Artes Plásticas (SAMAP) – Casarão 34. Premiado no Prêmio Museu é Mundo (2023) no Rumos Itaú Cultural (2020), no Prêmio Delmiro Gouveia – Fundação Joaquim Nabuco – FUNDAJ (2021), Prêmio Negras Narrativas – Amazon Prime (2021). Entre suas principais publicações, estão os livros “Mostrar para a terra o tempo” (2025), “Flecha de ouro“ (2024), “Obé – Poesias y Orikis” (2021) e textos em coletâneas e revistas. Idealizador e diretor artístico da MOÃ – Mostra de Cinemas Negros e Indígenas. Dirige e roteiriza os filmes Axé meu amor (2024), Vizinhança (2023), Calunga Maior (2022), Visitas (2020), Notas de Falecimento (2020), Axó (2019) e Santos Imigrantes (2018).
Sobre a AeC
A AeC está entre as empresas líderes do setor, na entrega de soluções de experiência do cliente e gestão de processos terceirizados. Servindo as principais marcas do mercado nacional, recebeu nos dois últimos anos o título de Empresa do Ano de BPO pela conceituada Frost and Sullivan. Líder também nas práticas de ESG, recebe há nove anos consecutivos o título de Melhor Empresa de Serviços pela Época Negócios 360°. Com um olhar inovador, o seu diferencial está no modo como integra o cuidado com as pessoas e aplica tecnologia de ponta em seus processos, como inteligência artificial, robotic process automation, serviços em nuvem e ferramentas de analytics e segurança. Atualmente, a AeC possui 20 unidades distribuídas por 7 estados do país e é certificada pelo instituto Great Place to Work como uma das melhores empresas para trabalhar do País.