Até 2050, a Amazônia deve alcançar um ponto considerado irreversível para a recuperação da vegetação, indicando o início de um colapso parcial ou total da floresta. A conclusão está em novo estudo assinado por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, publicado nesta quarta-feira, 14, na prestigiosa revista Nature. Entre as possíveis consequências desse colapso está a aceleração do aquecimento global, já em curso.
Com base na revisão de artigos, modelagens estatísticas e na elaboração de uma análise inédita, os autores apontam os principais fatores de estresse da vegetação da Amazônia, como a elevação das temperaturas, secas extremas, desmatamentos e incêndios, que vêm se agravando de forma acelerada nos últimos anos.
O trabalho determina os limites críticos para cada um deles que, se ultrapassados, podem levar a colapsos locais, regionais ou mesmo de todo o bioma, o que se costuma chamar de savanização da floresta.
A estimativa do grupo é de que, até 2050, de 10% a 47% da floresta esteja exposta a ameaças graves que podem levar a transições ecossistêmicas.
Essa transformação, por sua vez, teria impacto no clima, reduzindo chuvas e aumentando o risco de um colapso em larga escala.
Informações do Estadão