Numa época em que filtros e aplicativos para retocar imagens estão em alta, ainda há quem pense diferente, quem faça diferente. Mostrar a beleza real de mulheres, da maneira mais natural possível, sem filtros, sem edições no Photoshop, tem um propósito comum: provar que a beleza não está no padrão, e sim na mulher.
Dona do projeto LIBERTA, a fotógrafa Marilia Natálie resolveu levantar a bandeira da beleza natural após perceber que seus autorretratos publicados nas redes sociais, sem nenhum tipo de filtro, chamavam atenção de mulheres que queriam ser iguais a ela, especialmente na coragem.
“Uma amiga minha estava sofrendo de depressão e preocupada, querendo ajudar, eu perguntei o que ela achava de fazer umas fotos, do meu celular mesmo. E ela disse, ‘Marília, como eu vou tirar fotos se estou com depressão?’. Foi então que eu falei para ela o quanto aquele simples gesto – de se fotografar ou deixar ser fotografada – poderia mudar tudo e ajudar a levantar a autoestima.”
Marilia Natálie
Empresária, podcaster, influenciadora e fotógrafa há mais de três anos, Marília é uma das impulsionadoras desse movimento de autoaceitação entre as mulheres. Através da fotografia, ela conta que percebeu que havia algo de errado quando muitas mulheres faziam fotos maquiadas e ainda usavam filtros para disfarçar as imperfeições.
“O projeto LIBERTA tem esse objetivo: libertar as mulheres desse padrão de beleza, dessa prisão que nos colocaram. Me olhar no espelho do jeito que eu sou e me aceitar é necessário para manter a minha saúde mental. Sempre gostei de me ver na fotografia e materializar que eu sou incrível. Toda vez que estou com baixo astral eu sempre vou lá, faço uma foto – sem filtros – e mostro para mim a mulher incrível que eu sou”, disse.
Mariana Brasil, não é modelo e nunca havia feito um ensaio fotográfico, conheceu o projeto LIBERTA e decidiu que deveria se desafiar e desafiar os padrões de beleza impostos pela sociedade cada vez mais padronizada, e encontrou nas lentes não apenas uma câmera, mas um espelho para sua própria aceitação.
“Sempre abri mão desses filtros que as pessoas usam no Instagram. Desde que tive a ideia de ser fotografada, pensei que queria que tudo fosse natural, sem filtros ou edições. Estou linda nas fotos! Sou eu ali. É real. Eu estou muito realizada de me ver assim”, disse.
Mariana Brasil
Nesse lugar de se desafiar e desafiar outras mulheres, dando as mãos umas às outras, surge o empreendedorismo feminino, onde a resiliência é a moeda de troca e a solidariedade é a chave para que tudo dê certo. Está sendo assim com Marcela Cardoso e Carolina Cunha, mulheres que desafiaram tudo, e desistir nunca foi uma opção.
“A pandemia veio para desmistificar muita coisa, acho que não só na minha cabeça, mas na cabeça de muitos, principalmente eu como profissional de enfermagem”
Carolina Cunha.
Enfermeira de formação e especialista em estética avançada, Carolina vivenciou um dos maiores desafios de sua profissão na época da pandemia. Hospitais lotados, poucos profissionais e urgência em salvar vidas. Depois de anos trabalhando na linha de frente em hospitais da capital paraibana, ela decidiu que estava na hora de mudar tudo. Foi aí que, com a ajuda de outras mulheres, através do projeto TrêsBê Delas, que Marcela deu início à sua jornada empreendedora que culminou na criação de uma clínica de estética, um espaço dedicado a elevar a autoestima das mulheres.
Protagonista de tudo, Marcela Cardoso constrói os próprios desafios. Mãe de três meninos, dois deles no espectro autista, em meio à rotina desafiadora de cuidados especiais e terapias, ela ainda encontrou força e a coragem que precisava para realizar um sonho: abrir uma loja de roupas infantis.
“No começo foi muito difícil porque era um tiro no escuro que eu estava dando, eu comecei com o que eu tinha, e eu não tinha nada, apenas algumas ideias rabiscadas em um caderno e o desejo de não ser só mãe e dona de casa, eu queria ser eu, queria me resgatar, resgatar aquela mulher que havia se perdido com a maternidade. Hoje me sinto mais completa, porque sei que posso ser mãe, ser mulher e ser empreendedora da minha vida”, disse.
Marcela Cardoso
Marcela começou vendendo roupas em casa, primeiro para as amigas e pessoas mais próximas, depois, o negócio foi se expandindo e, há três meses, ela conseguiu abrir uma loja física.
“Eu estudei muito antes de dar esse passo, mas se não fosse a ajuda de outras mulheres, não sei se teria conseguido”, concluiu a empreendedora.
Tanto Carolina quanto Marcela encontraram apoio na TrêsBê Delas, uma aceleradora exclusiva para negócios femininos. O projeto é um, mas que une muitas, muitas mulheres no empreendedorismo, no acolhimento e na sororidade. A startup se tornou um pilar para o olhar de mulheres que se descobriram mais fortes no meio do processo.
A startup TrêsBê Delas atua com soluções em educação empreendedora e digital, além do programa de aceleração de MEIs, para impulsionar os negócios e agir como ferramenta de transformação social na vida das mulheres.
A CEO da startup, Thayane Belchior e a COO, Dani Bezerra, comentam que, de acordo com o Sebrae, a pandemia afetou mais os empreendimentos conduzidos por mulheres. Além disso, elas foram as que mais sofreram por conta do desemprego e do acúmulo de tarefas decorrente do isolamento social.
“Para desenvolver, impulsionar e digitalizar essas mulheres nasce a Trêsbê Delas: uma aceleradora de negócios femininos, trabalhando do zero ao e-commerce. Combatemos a falta de educação empreendedora e digital gerando autonomia no off e no online. Fazemos isso através do nosso programa Acelera MEI Mulher, uma metodologia própria construída com as empreendedoras com o intuito de resolver as suas dores em gestão”.
Thayane e Dani falam sobre os diferenciais da Trêsbê Delas, entre eles: geração de autonomia com uma linguagem acessível aos conteúdos que promovem o aprendizado prático na vida das empreendedoras e o empoderamento através de fortes parcerias com as mais diversas comunidades, grupos e associações de empreendedorismo feminino.
“Somos a única aceleradora que possui uma ferramenta de inclusão digital na ponta do programa de aceleração: o Comprando Delas. Nosso marketplace exclusivo de negócios femininos, que também empodera financeiramente comunidades de empreendedorismo feminino, aumentando assim, o nosso impacto e a nossa escalabilidade.”
A startup está em operação, dando os primeiros passos e contribuindo para impulsionar e transformar cada vez mais mulheres e negócios femininos.
Nesse universo de superação e determinação, cada história conta o poder das mulheres empreendedoras. E à medida que essas histórias se cruzam e se fortalecem, elas nos lembram da importância de apoiarmos umas às outras na busca por sonhos e objetivos.
Dani Bezerra, Sócia fundadora do projeto, conclui que “o empreendedorismo feminino não é apenas sobre negócios, mas sobre transformar vidas e inspirar mudanças”.
Dani Bezerra