O Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado da Paraíba (Sindalcool-PB) está em busca de uma parceria com o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB) para intensificar a prevenção de incêndios nas áreas de plantio de cana-de-açúcar. Anualmente, incêndios – acidentais ou criminosos – causam prejuízos entre R$ 7 e R$ 9 milhões ao setor no estado, onde são cultivados 115 mil hectares de cana. Somente desde agosto, cerca de 150 mil toneladas de cana foram destruídas pelo fogo, resultando em perdas superiores a R$ 4 milhões, sem contar os custos com nova adubação do solo e o desperdício do trabalho de 20 mil trabalhadores diretamente envolvidos na colheita.
Diante deste cenário, o presidente-executivo do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, se reuniu nesta terça-feira (23) com o coronel Marcelo Araújo, comandante-geral do Corpo de Bombeiros da Paraíba. Durante o encontro, foi discutida a necessidade de conscientização sobre a prevenção de incêndios nas comunidades rurais da região litorânea. A solicitação apontou regiões já conhecidas das usinas com base no histórico de anos anteriores para auxiliar no mapeamento das áreas de maior risco.
O coronel Marcelo Araújo sinalizou de imediato um plano de ação, com foco inicial no polo de Mamanguape, área da 3ª Companhia Independente de Bombeiros Militar da Paraíba.
De acordo com Edmundo Barbosa, uma das causas dos incêndios na Paraíba é o descarte inadequado de resíduos, além do descuido de motoristas que jogam pontas de cigarro nas estradas próximas aos canaviais.
“Tivemos uma boa reunião de trabalho para o início da parceria. Ficamos muito bem impressionados pelo trabalho de preparação técnica dos bombeiros da Paraíba. Nos chamou a atenção o relatório de acompanhamento diário, via satélite, de todas as ocorrências de fogo no estado. O comandante Araújo nos apresentou todas as instalações do futuro Centro de Treinamento e nos informou como o governo do estado vem investindo no Corpo de Bombeiros”, disse Edmundo.
No dia 19 de setembro, um incêndio de grandes proporções foi registrado na estrada que liga João Pessoa a Lucena, resultando na destruição de aproximadamente 75 hectares de cana-de-açúcar. Segundo o Sindalcool-PB, o fogo foi considerado criminoso.
“Precisamos mobilizar todos os esforços para alertar as comunidades sobre os riscos de incêndios, sejam eles acidentais ou criminosos. É essencial evitar que toda a cana plantada seja perdida e conscientizar a população sobre as graves consequências para a qualidade do ar”, destacou o presidente do Sindalcool-PB.
Edmundo Barbosa também ressaltou que 70% da cana-de-açúcar plantada na Paraíba é colhida de forma mecanizada, dispensando a queima da palha, prática que vem sendo progressivamente abandonada pelas usinas. Além disso, todas as usinas em operação na Paraíba estão equipadas com carros-pipa e equipes especializadas para agir rapidamente em casos de incêndios, sejam eles controlados ou criminosos.
Ele também comentou que alguns produtores e usinas ainda realizam fogo controlado, sempre no período noturno, e que os incêndios que ocorrem durante o dia são provocados por ações criminosas ou acidentais, como o descarte irregular de cigarros ou objetos inflamáveis nas proximidades dos canaviais.