A Secretaria de Estado da Saúde (SES) vem acompanhando a situação do aumento do número de casos de síndromes respiratórias em crianças na Paraíba.
Só em entre março e a primeira semana de maio, as unidades de porta aberta receberam em média 48.406 casos de crianças com sintomas respiratórios. Em virtude do número elevado e do agravamento de alguns destes casos evoluírem para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e precisarem de um leito para internação, a SES vem colocando em prática desde o mês de abril um plano de ação para ampliar a assistência especializada e prestar suporte mais rápido a esta população.
Só na última semana, a SES realizou cerca de 60 regulações para internação de crianças com o agravo. Por conta da alta demanda atípica, a secretaria vem ampliando os leitos de pediatria, para atender às solicitações de todo o estado.
O plano de ação da SES prevê o incremento de leitos em unidades de todo o estado e na última semana foram abertos 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, outros 26 no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, sendo 13 de UTI e outros 13 de enfermaria. Outros 73 leitos estão previstos para serem abertos ainda esta semana nos municípios de João Pessoa, Cajazeiras e Sousa, para atender a toda a Paraíba.
Com a ampliação, a Paraíba passa a contar com 385 leitos para atender a demanda crescente por leitos pediátricos.
O secretário estadual de Saúde, Jhony Bezerra, destaca que a regulação destes leitos é feita por meio do Complexo Regulador Estadual, para dar celeridade na internação das crianças que necessitam de um leito.
“O Complexo atualmente já faz a regulação de pacientes Covid-19, obstetrícia e também do Coração Paraibano. Diante do panorama atual, estruturamos o Complexo para viabilizar a regulação dos leitos pediátricos, para que pudéssemos ser mais rápidos na assistência a essas crianças e ainda saber o perfil destas internações”, explica.
O secretário salienta ainda que a abertura de leitos não depende apenas de estrutura. “Nós contamos com uma rede de hospitais robusta e estrutura capaz de atender aos casos. Estamos disponibilizando de forma temporária leitos em hospitais que atendem demandas de traumatologia, que não possuem perfil pediátrico, porém estamos lidando com a falta de pediatras que possam atender a alta demanda infantil no estado”, pontua.
Os casos de SRAG já causaram 12 óbitos no estado, sendo seis em crianças. Ainda de acordo com o secretário estadual de Saúde, é importante ressaltar que os casos de Síndrome Respiratória possuem um aumento sazonal, mas que o agravamento nos quadros, evoluindo para situações graves e óbitos, se deve às baixas coberturas vacinais nos últimos anos. Atualmente, a Paraíba conta com 25,71% das crianças entre 06 meses e menores de 6 anos vacinas contra influenza.
“Vemos um problema grave de baixas coberturas vacinais e no caso da influenza não tem sido diferente, e isso não é um caso isolado da Paraíba. A sazonalidade das síndromes respiratórias aliada às baixas coberturas vacinais de influenza nos últimos anos resultam no cenário atual, precisamos seguir vacinando e ampliar a proteção das nossas crianças”, reforça.
Para reforçar a cobertura vacinal, a SES realizou no último sábado (6), em articulação com os municípios paraibanos, um Dia D de vacinação Covid-19, influenza e multivacinação. A iniciativa visou disponibilizar vacinas nas mais de mil salas de vacinação existentes na Paraíba para a população que não consegue levar seus filhos, ou se vacinar, durante a semana. Foram aplicadas 94.939 doses de vacinas, destas 39.621 doses foram de influenza. Uma nova mobilização está prevista para o dia 20 de maio.
Além das mobilizações do Dia D, a SES vem realizando ações como o Vacina Mais Paraíba, recentemente premiado em um congresso internacional no Rio de Janeiro, além da articulação com os municípios e um Projeto junto com a Fiocruz “Pela reconquista das altas coberturas vacinais”. A população infantil é uma das mais vulneráveis aos vírus respiratórios, bem como os idosos, que fazem parte do público prioritário da Campanha Nacional Contra Influenza. É de suma importância vacinar as crianças entre 06 meses e menores de 6 anos, para proteger da forma agravada da Influenza e contra as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias.