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Só 2% das instituições de ensino superior têm nota máxima em avaliação federal
23/04/2021 / 17:40
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Apenas 46 instituições de ensino superior do país alcançaram nota máxima em um indicador federal de qualidade, o IGC (Índice Geral de Cursos), relacionado a 2019. Isso representa 2% do total de 2.070 instituições avaliadas.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do MEC responsável pela avaliação. Os resultados podem impactar no funcionamento das instituições, além de servir com parâmetro de qualidade.

A situação é pior no setor privado, em que apenas 29 faculdades conseguiram nota máxima —o que representa 2% das 1.822 instituições desse tipo avaliadas. Por outro lado, 7% das instituições públicas conseguiram nota máxima (18 de 245 avaliadas).

A escala do IGC vai de 1 a 5. As duas primeiras faixas são consideradas inadequadas, e as instituições podem sofrer até sanções do MEC (Ministério da Educação).

Nenhuma instituição federal teve notas 1 e 2. Entre as privadas, 13%, ou 239, estão nesses intervalos.

O IGC é calculado a partir da média dos últimos três anos de um outro indicador do governo focado nos cursos, chamado CPC (Conceito Preliminar de Cursos). Esses dados são combinados com outras informações estruturais.

O Inep não forneceu, no material adiantado para a imprensa, as faixas de desempenho do CPC, que olha para os cursos.

A maioria das universidades, centros universitários e faculdades aparece posicionada na nota 3, a mínima exigida para funcionamento. Isso tem ocorrido ao longo dos anos.
Entre as instituições privadas, 65% receberam nota 3. Para as públicas, esse percentual foi de 51%.

“[Entre] as instituições públicas federais, podem ver que há forte concentração na faixa 4 e proporcionalmente [estão] bem representadas na faixa 5”, disse Ulysses Teixeira, coordenador-geral de Controle e Qualidade da Educação Superior do Inep.

O órgão fez na manhã desta sexta-feira uma apresentação online sobre os dados. Não houve oportunidade para que jornalistas questionassem os dados, como normalmente ocorria na divulgação dessas informações.

O IME (Instituto Militar de Engenharia), que é uma faculdade e tem apenas dez cursos, aparece na primeira colocação entre as instituições públicas. Logo em seguida está a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), com 69 cursos, e o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), que oferece seis graduações.

Já entre as universidades, que agrupam um número maior de cursos levados em conta na avaliação, a Unicamp é a mais bem colocada. Entre as particulares, a PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) aparece como a mais bem posicionada.

Os dados divulgados abarcam 89 áreas do conhecimento avaliadas entre 2017 e 2019, com informações sobre 24.145 cursos de graduação.

A pós-graduação também é levada em conta no cálculo do IGC. No entanto, apenas 17% das instituições avaliadas contam com programas de mestrado ou doutorado.

A divulgação do indicador de 2019 somente neste ano ocorreu porque, segundo informado pelo Inep, houve coletas de dados posteriores relacionadas à pós-graduação.