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Sonia Abrão diz que Globo comete ‘crime’ ao produzir continuação de Avenida Brasil
11/11/2025 / 09:25
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Sonia Abrão afirma que Globo comete “crime” ao planejar Avenida Brasil 2

A apresentadora Sonia Abrão não poupou palavras ao comentar os rumores de que a TV Globo está desenvolvendo uma continuação de Avenida Brasil, novela que marcou época em 2012. Durante o programa A Tarde é Sua, da RedeTV!, na última sexta-feira (7/11), a jornalista criticou duramente a ideia e disse que a emissora corre o risco de “destruir um clássico da teledramaturgia brasileira”.

“Eu acho um crime! Pelo amor de Deus, não façam isso! A gente nem começou a se recuperar do trauma da destruição de Vale Tudo, vocês querem destruir Avenida Brasil? Para com isso, gente!”, disparou Sonia Abrão ao vivo.

A apresentadora ainda ironizou os bastidores que envolvem o projeto, mencionando que nomes como Adriana Esteves, Murilo Benício e Marcello Novaes estariam dispostos a retornar, e que o diretor Ricardo Waddington teria sido convidado para liderar a produção.

“Pior é saber que a Adriana Esteves, o Murilo Benício e o Marcelo Novaes aceitariam. Já chamaram o Ricardo Waddington de volta pra comandar essa operação… Eu vou sair correndo, vou fugir para as montanhas, porque não dá. Eu não faria isso com um clássico. Já entrou pra história da dramaturgia”, completou.

Globo prepara sequência para 2027

Apesar das críticas, as movimentações em torno de uma continuação da trama parecem reais. Durante um evento no Sesc São Paulo, a atriz Eliane Giardini, que interpretou Muricy na novela original, confirmou que a Globo estuda o projeto e pretende lançá-lo em 2027.

“É um segredo, mas estão vendo isso, sim”, comentou Eliane. Segundo ela, a ideia é reunir novamente o autor João Emanuel Carneiro e o diretor Ricardo Waddington, repetindo a dupla responsável pelo sucesso original.

A atriz, no entanto, demonstrou cautela:

“Eu acho que vale, quanto a história é boa. É uma equação perfeita, sabe, e a gente não tem o domínio sobre essa equação, é muito difícil você reproduzir [o sucesso]. Por isso que eu tenho um pouco de medo, não de fazer um remake, tenho medo é da continuação”.

Ela seguiu: “Quando é um remake, você sabe que aquela história é maravilhosa, no mínimo vai fazer sucesso porque as pessoas odeiam e ficam comparando, que também é outra forma de sucesso. Vale Tudo agora foi isso. A continuação é que me dá um pouco de medo, porque você vai mexer em algo de grande sucesso”.

“Direito do público imaginar o final”

Durante o desabafo, Sonia Abrão também defendeu o direito dos telespectadores de manterem a história encerrada, deixando espaço para a imaginação.

Não faria isso com um clássico. Outro clássico. Já entrou para a história da dramaturgia. E o direito dos telespectadores, de nós como público, imaginarmos a continuação que a gente quiser? Isso faz parte quando a gente lê um livro, quando a gente vê um filme, quando a gente assiste novela, vai ter que engolir uma coisa que vocês querem agora? De jeito nenhum”, declarou.

Débora Falabella vê o projeto com outros olhos

Débora Falabella, que deu vida à protagonista Nina, teve uma postura mais diplomática. Em entrevista ao jornal O Globo, a atriz afirmou que ainda não recebeu convite para a nova produção, mas não é contra a ideia.

Não sou purista de falar, ‘não é bom, não faz, acho que não devia nem fazer’. Fizeram na Turquia, né? Tem também muitas histórias novas para serem contadas, mas acho interessante quando você pega uma obra e refaz”, avaliou a estrela.

Débora também comentou o carinho do público, que até hoje a reconhece por causa da personagem.

Eu vejo com muito carinho. As pessoas se lembram bastante da Mel [de O Clone] e da Irene [de A Força do Querer], mas Nina é unanimidade, é impressionante. Outro dia, num restaurante, alguém me disse, ‘fala para eu te servir, me chama de vadia’. Eu morro de rir, acho engraçadíssimo. É uma coisa afetiva do brasileiro”, comentou a artista.

Um desafio à altura de um fenômeno

Exibida originalmente em 2012, Avenida Brasil se tornou um marco da televisão brasileira, com audiência explosiva, repercussão internacional e cenas que entraram para o imaginário popular — como os embate entre Nina e Carminha (Adriana Esteves).

A possível continuação promete reacender o debate sobre o limite entre nostalgia e desgaste criativo. Enquanto parte do público demonstra curiosidade, críticos e fãs temem que a nova trama não consiga repetir a força de um dos maiores fenômenos da teledramaturgia do país.

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