O surto de varíola dos macacos na Europa pode ser eliminado, disseram autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) na terça-feira (30), apontando para evidências de que a contagem de casos está diminuindo em vários países.
O diretor regional do Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Henri P. Kluge, disse que a varíola dos macacos pode ser “eventualmente eliminada” na Europa, após “sinais iniciais de desaceleração do surto“.
“Nossa região é onde surgiram os primeiros casos deste surto, onde estamos vendo os primeiros sinais de um abrandamento do surto, e onde acreditamos que podemos eventualmente eliminar a varíola dos macacos se nos comprometermos a fazer isso. Este objetivo político é uma mensagem clara para todos sobre o que acreditamos ser o objetivo final”, disse Kluge em uma declaração.
A OMS Europa lançou uma série de relatórios sobre a varíola dos macacos para a Região europeia da OMS, que abrange 53 países da Europa e da Ásia Central. Os relatórios apoiarão os Estados-Membros que já estão respondendo diretamente ao surto e ajudarão a preparar aqueles que ainda não relataram casos.
O primeiro relatório desta série, intitulado “Considerações para o controle e eliminação da varíola dos macacos na Região Europeia da OMS”, foi preparado em colaboração com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).
O documento fornece um conjunto de recomendações gerais sobre como controlar o surto e, por fim, conseguir e sustentar a eliminação da varíola dos macacos na região. “Nenhuma intervenção por si só atingirá este objetivo: o sucesso dependerá da implementação de múltiplas intervenções em combinação“, diz.
“O objetivo é desenvolver a resposta precoce à varíola dos macacos na Europa, com o objetivo geral claro de eliminar a transmissão sustentada entre humanos na Região”, disse a Dra. Catherine Smallwood, Oficial Sênior de Emergência da OMS Europa com responsabilidade pela epidemia da varíola dos macacos.
A diretora do ECDC, Andrea Ammon, disse que estes relatórios “esboçam formas pelas quais podemos começar a controlar a infecção pela varíola dos macacos na Europa”.
“Estas etapas incluem, entre outras, o isolamento dos casos, o uso apropriado de terapêuticas e vacinas, bem como o envolvimento com as comunidades afetadas, o que pode garantir que as informações de saúde pública sejam comunicadas de forma rápida e eficaz. Salientamos que várias etapas e abordagens devem ser implementadas simultaneamente para garantir o impacto. Também são propostos indicadores para monitorar o progresso dos países em direção a este objetivo”, detalhou ele.
O segundo documento da série, intitulado “Resumo da política de vacinação contra a varíola dos macacos na Região Europeia da OMS”, será de particular interesse para os gerentes dos programas nacionais de imunização.
O texto fornece uma referência para o planejamento de programas de vacinação contra a varíola dos macacos, especialmente no contexto do fornecimento limitado de vacinas e da necessidade de gerar evidências sobre seu uso.
“Ele não só contém descrições das vacinas disponíveis, mas também reúne recomendações de vacinas da OMS e outros organismos internacionais, resumos de estratégias de vacinação já implementadas pelos países europeus, e orientações sobre o processo de tomada de decisão”, explicou Siddhartha Sankar Datta, assessor regional sobre Doenças Preveníveis de Vacinas e Imunização para a OMS Europa.