Veículo utilitário esportivo, ou apenas SUV na sigla em inglês, é a categoria que mais cresce em todo o mundo. Por aqui, já “matou” as peruas e tem feito alguns estragos entre hatches e sedãs médios.
Quem tem aprecia a posição de dirigir mais elevada e a maior altura da carroceria em relação ao solo. Bons ângulos de ataque e saída são importantes, mas geralmente são pouco explorados pela maioria dos proprietários, que acabam utilizando o veículo a maior parte do tempo em ciclo urbano mesmo.
Por serem mais pesados, desempenho e consumo são sempre desfavoráveis quando comparados com veículos das outras categorias, mas parece que o público está disposto a tolerar esses pontos negativos para poder andar no “carro da moda”.
Enfim, SUV é sinônimo de sucesso, mas infelizmente caro e inacessível para muitos. No mercado de novos, os mais simples beiram a longínqua faixa dos R$ 100 mil. Para os que não podem pagar tanto, resta procurar entre usados, que nos últimos 10 anos têm recebido uma quantidade enorme de utilitários esportivos em todo o país.
Para a coluna dessa semana, selecionei os SUVs mais baratos do país, considerando a idade máxima de 10 anos e o teto de R$ 50 mil para a compra, ou seja, praticamente metade do que se gasta com os SUVs zero-quilômetro mais acessíveis.
O Hyundai Tucson é um caso raro de modelo que atravessou mais de uma década sem nenhuma mudança significativa. Se um modelo 2005 ficar ao lado de um modelo 2019, vai ser difícil diferenciá-los. E isso é bom no mercado de usados, pois os custos de manutenção e reparabilidade tendem a ser menores.
Com R$ 50 mil de orçamento é possível considerar a compra de um Tucson 2013 com transmissão automática. Equipado com motor 2.0 16v, nesse ano é possível encontrar opções flex ou somente a gasolina, e eu recomendo a segunda opção por ser mais econômica.
Estão presentes no pacote de equipamentos airbags frontais, freios ABS, controlador de velocidade e ar condicionado automático. O espaço para passageiros e bagagem é dos melhores da categoria, e somente a fama de ser beberrona pesa contra sua imagem.
Baseado no Ford Fiesta, o EcoSport foi pioneiro na categoria do SUVs de entrada e por muitos anos reinou sozinho. Infelizmente, o fabricante deixou de fabricar o modelo no começo do ano passado, quando decidiu fechar suas fábricas no Brasil.
Um dos carros de maior sucesso da marca no país, morreu com apenas duas gerações. A última delas foi apresentada no modelo 2013, e é justamente esse ano que deve ser considerado para quem pretende gastar cerca de R$ 50 mil em um SUV.
Mas atenção: no caso do EcoSport, só recomendo as versões equipadas com transmissão manual. Conforme já disse em várias outras colunas, as versões equipadas com a transmissão Powershift, uma caixa automatizada de duas embreagens, devem ser evitadas.
A versão mais cobiçada é a mais completa Titanium com motor 2.0 16V, mas a partir da versão Freestyle com motor 1.6 16V já estão presentes itens importantes como controles de estabilidade e tração. O espaço interno é bom, mas infelizmente seu porta-malas é dos menores.
Principal rival do EcoSport, o Duster é reconhecido como um veículo robusto e de baixa manutenção. Baseado no Sandero, o acabamento interno é simples até demais, mas pelo menos o espaço para os passageiros e bagagens é muito bom.
Com R$ 50 mil, é possível considerar os modelos 2014, tanto os equipados com motor 1.6 16v como os equipados com motor 2.0 16v.
Assim como no EcoSport, recomendo Duster apenas com transmissão manual, já que nessa época o Duster automático era equipado com uma caixa de 4 marchas pouco confiável.
Dos modelos citados nessa lista, o Chevrolet Captiva é dos mais refinados. Importado do México, vendeu aos montes por aqui nos primeiros anos, já que tinha boa relação custo/benefício. Bem equipado, conta com equipamentos importantes de segurança e conforto em qualquer uma das versões, além do ótimo acabamento interno e isolamento acústico.
Com R$ 50 mil, dá para considerar o modelo 2012 com motor 2.4 16v, já com melhorias como injeção direta, que melhoraram consumo e desempenho.
O ponto crítico do Captiva está no histórico de reclamações da transmissão automática, uma caixa de 6 marchas feita pela própria GM e que não é compartilhada com nenhum outro modelo vendido aqui. Talvez, até por isso seja esse carrão barato no mercado de usados, mas sabendo disso o comprador deve avaliar bem as condições da transmissão antes de fechar negócio.
Para os que não abrem mão da confiabilidade dos carros de origem japonesa, o Suzuki Grand Vitara é o melhor representante dos SUVs com no máximo 10 anos que custam até R$ 50 mil. A carroceria é do tipo monobloco, mas mesmo assim é o que mais se aproxima de um jipe de verdade, considerando os modelos citados nessa lista.
Sempre equipado com motor 2.0 16v movido somente a gasolina, pode ser equipado com transmissão manual de 5 marchas ou automática de 4 marchas, tração apenas traseira ou tração nas quatro rodas. Ou seja, são quatro opções para atender as mais diversas necessidades.
Com R$ 50 mil, dá para considerar o modelo 2013 para a versão manual 4×2, ou então o modelo 2012 para a versão automática 4×4.