No primeiro minuto do dia 12 de agosto, o relógio marcava exatamente 00h12 quando Taylor Swift confirmou o que fãs e o mercado musical já especulavam: seu 12º álbum de estúdio está a caminho. Intitulado The Life of a Showgirl, o projeto foi revelado de forma inusitada — durante uma participação no podcast New Heights Show, apresentado pelo jogador de futebol americano Travis Kelce, namorado da artista, e seu irmão Jason.
Com uma mala cenográfica e a capa do álbum propositalmente desfocada, Swift atiçou a curiosidade dos fãs. O disco, com estética laranja e detalhes em glitter, já está em pré-venda no site oficial em formatos físicos — vinil, CD e cassete — e tem lançamento marcado para 13 de outubro.
O anúncio veio poucos meses após a cantora recomprar os direitos de suas gravações originais, encerrando uma disputa que se arrastava desde 2019 e movimentou cifras bilionárias. Segundo a Variety, a transação girou em torno de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão), valor semelhante ao pago pela Shamrock Capital quando adquiriu o catálogo em 2020.
A notícia não mexeu apenas com o fandom. Analistas do setor enxergam no álbum uma oportunidade de reverter a recente queda nas receitas da Republic Records, gravadora de Swift, que integra o grupo Universal Music Group (UMG). Sem lançamentos da artista no primeiro semestre de 2025, a Republic viu as vendas físicas recuarem 12,4% e a receita de merchandising cair 12,7% no segundo trimestre.
O contraste com 2024 é evidente: o lançamento do disco The Tortured Poets Department impulsionou um salto de 14,4% nas vendas físicas e uma impressionante alta de 43,7% na comercialização de produtos licenciados, muito em função do apelo da The Eras Tour, que sozinha faturou cerca de US$ 2 bilhões em ingressos, segundo o The New York Times.
Para a UMG, há otimismo cauteloso. O conglomerado registrou crescimento de 1,6% na receita total do segundo trimestre e avanço de 7,3% no Ebitda ajustado, puxado principalmente pelo streaming, que cresceu cerca de 9%. No entanto, pressões cambiais e custos crescentes de conteúdo seguem como desafios, apontam bancos como Barclays e Citigroup.
Os sinais apontam para uma guinada pop. Outdoors do Spotify surgiram em Nova York e Nashville com um código que leva a uma playlist chamada And, baby, that’s show business for you. Produzida por Max Martin e Shellback — responsáveis por hits como Blank Space, Shake It Off e Style —, a lista sugere um retorno à sonoridade dançante de álbuns como 1989, Red e Reputation.
Para o mercado, a equação é simples: uma nova era de Taylor Swift significa alta probabilidade de recuperação de receitas, fortalecimento de marca e, inevitavelmente, recordes comerciais. Para os fãs, significa outra história para decifrar — e dançar.