O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o escritório Alvarez & Marsal revele quanto pagou ao ex-juiz Sergio Moro depois que ele deixou a empresa, em outubro deste ano, para se aventurar na política. A determinação é do ministro Bruno Dantas, que acolheu pedidos do Ministério Público, apresentados pelo subprocurador Lucas Furtado.
Segundo o MP, a investigação é necessária, pois Moro proferiu decisões judiciais e orientou as condições para celebração de acordos de leniência da Odebrecht, empresa alvo da Lava-Jato e, logo em seguida, foi trabalhar para a consultoria que faz a administração da recuperação judicial da mesma empresa.
No despacho, Dantas ainda determinou que seja feito o levantamento de todos os processos de recuperação judicial em que a empresa atuou no período da operação, em ordem cronológica, para acompanhar a evolução dos negócios da companhia.
“Com vistas a obter toda documentação relativa ao rompimento do vínculo de prestação de serviços com o ex-juiz Sérgio Moro, incluindo datas das transações e valores envolvidos”, escreveu o ministro nos autos.
Em despacho anterior, Bruno Dantas já afirmou que os atos de Moro “naturalmente” contribuíram para a quebra da Odebrecht – e quer saber se a Alvarez & Marsal foi beneficiada por eles ao se envolver na recuperação da empreiteira e de outras organizações investigadas sob o comando do ex-juiz.
Moro encerrou seu contrato com a Alvarez & Marsal no último dia 31 de outubro, para se filiar ao Podemos, com objetivo de concorrer à Presidência da República.