João Pessoa 25.13ºC
Campina Grande 23.9ºC
Patos 27.78ºC
IBOVESPA 124645.58
Euro 5.5315
Dólar 5.1589
Peso 0.0059
Yuan 0.7119
Telemedicina da Unimed-JP é suspensa após médicos burlarem o sistema, afirma Presidente
23/01/2022 / 13:42
Compartilhe:

A semana foi marcada por um aumento exponencial de pedidos de consultas online via telemedicina e os canais da Unimed João Pessoa bateram recorde de usuários do plano que esperaram até 24 horas para ter acesso a uma consulta virtual via o sistema da Cooperativa de Serviços Médicos.

Nesse surto epidêmico, a estrutura da Unimed vem atendendo mais de mil pacientes diários, com cerca de 700 consultas por dia, fora as que o usuário não consegue agendamento.

Esse gargalo ocorreu porque a Unimed decidiu suspender as consultas online feitas diretamente entre pacientes e médicos da rede credenciada e centralizou tudo no aplicativo da Cooperativa.

“O que havia nos consultórios médicos era teleconsulta, sem a possibilidade de identificação, o que, infelizmente, gerou uma série de inconformidades por parte de alguns médicos, burlando o sistema para gerar procedimentos fora de protocolos e diretrizes” afirmou o presidente da Unimed-JP, Dr. Gualter Ramalho que anunciou ainda a abertura de edital para médicos interessados, mesmo que não sejam cooperados.

As declarações do presidente da Unimed João Pessoa foram feitas nesta sexta-feira em seu Instagram pessoal @drgualterramalho. No texto, ele diz que a Unimed João Pessoa priorizou esta centralização e já tem 15 escalas médicas e de enfermarias, atendendo mais de 700 consultas por dia.

Gualter Ramalho encerra o texto dizendo que tais medidas visam oferecer mais qualidade e eficiência no atendimento ao usuário e promover a sustentabilidade da cooperativa.

Em conversa com o F5 Online, o  especialista e presidente do Instituto do Consumidor, Helton Renê, destacou que o Plano de Saúde é um serviço privado como qualquer um outro no que se diz respeito aos direitos básicos consumeristas, como qualidade, segurança e ininterruptibilidade.

“O fato de alguns profissionais burlarem o sistema, o que deve ser apurado e ser aplicada as sanções previstas em lei aos cooperados faltosos, não se justifica a interrupção do serviço ao consumidor final, que deveria ser o foco principal. Se paga por um plano de saúde privado, se espera dele a qualidade e principalmente a rapidez que naturalmente foi ofertado”.

Ainda segundo o especialista,  os consumidores deverão procurar o Plano e expor sua reclamação, ter acesso ao protocolo de atendimento e exigir uma solução rápida e segura. Não tendo a solução, o consumidor pode denunciar ao Ministério Público e ainda adentrar à Justiça a fim de cumprir a obrigação”, disse.

Helton lembra que de acordo com a própria ANS (Agência Nacional de Saúde), Alguns procedimentos quando negados pelo Plano, no caso de não ter disponível, poderão ser ressarcidos aos consumidores, caso ele consiga o serviço médico com outros profissionais, mas para isso, os consumidores deverão exaurir as possibilidades junto ao Plano.

“Afora isso, os consumidores prejudicados, poderão procurar a justiça para possíveis danos morais e até denunciar aos órgãos fiscalizadores, o que poderá gerar uma dor de cabeça para o Plano faltoso”, concluiu.

A promotora de saúde Dra. Sônia Maria Paula Maia, disse ao F5 Online que está de licença saúde por ter contraído essa síndrome gripal e quem está lhe substituindo nesse período é a Dra. Maria de Lourdes Pedrosa e orientou a redação do portal F5 Online acionar a Promotoria do Consumidor, visto que o cidadão tem direito à saúde e esse acesso se constitui em uma das premissas da prestação de serviço”.

Médicos cooperados da Unimed João Pessoa, ouvidos pela redação do portal F5 online, lamentaram a decisão da cooperativa que neste momento quer reduzir custos com consultas, dificultando o acesso ao usuário. Eles reclamam que a cooperativa não previu no orçamento deste ano esse surto extra e agora penaliza quem mais ajuda a sustentabilidade da empresa que são a rede credenciada e o usuário.

Médicos que tiveram procedimentos de teleconsulta negados devem se reunir na próxima semana para definir uma estratégia de pressão para a cooperativa rever tal medida. Eles lamentaram o fato do próprio presidente da Unimed-JP,  Gualter Ramalho, acusar a classe de estar “burlando o sistema”, insinuando que alguns médicos estariam praticando atos escusos.

“Nós trabalhamos muito nos últimos meses e agora a Unimed decide no improviso que nossos atendimentos não foram feitos dentro de procedimentos ou protocolos adequados adequados?” Que protocolos eram esses que ela nunca informou?”, disse um médico que pediu para não ser identificado temendo represálias.

A redação do portal F5 conversou com o jornalista Frank Ramalho, assessor de comunicação e imprensa da Unimed, e ele nos garantiu que está preparado para um posicionamento oficial das empresa que será divulgado para nossa redação nas próximas horas.