A nova espécie de cupim, Triclavitermes catoleensis, foi identificada por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em Catolé do Rocha. A descoberta é resultado de anos de estudos realizados no Laboratório de Termitologia (LabTermes) e foi anunciada após coletas realizadas em várias expedições de campo. O nome da espécie homenageia o município onde foi encontrada.

Tipicamente nativa da Caatinga, a nova espécie não apresenta potencial de praga urbana e desempenha um papel ecológico crucial como decompositor de matéria orgânica. O professor Doutor Alexandre Vasconcellos, coordenador da pesquisa, destacou a importância da descoberta para a compreensão da diversidade da fauna de cupins no Brasil, que possui uma das maiores biodiversidades do mundo, mas ainda é pouco estudada.

A primeira amostra do Triclavitermes catoleensis foi coletada em 2000, no distrito de São José da Mata, em Campina Grande. Após análises morfológicas detalhadas, os pesquisadores confirmaram que se tratava de um novo gênero e espécie. A descrição oficial ocorreu 25 anos depois, com base em coletas realizadas em Catolé do Rocha, especificamente no Monte Tabor, uma área com vegetação conservada.

O material coletado será armazenado na Coleção de Térmitas da UFPB, que abriga resultados de pesquisas realizadas ao longo de mais de 30 anos. Os cupins foram preservados em álcool etílico para garantir a integridade das suas estruturas morfológicas.

O professor Alexandre enfatizou a necessidade de conservar a biodiversidade da Caatinga, afirmando que a descoberta revela a riqueza e complexidade do bioma. Ele foi acompanhado na pesquisa por Renan Rodrigues Ferreira, Antônio Carvalho, Emanuelly Félix de Lucena e Rozzanna Esther Cavalcanti Reis de Figueiredo. O estudo contou com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) e do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).