Durante uma visita ao Catar nesta quinta-feira (15), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os EUA deveriam “tomar” a Faixa de Gaza e transformá-la em uma “zona de liberdade”. Segundo Trump, o objetivo seria reconstruir a região devastada por conflitos, promovendo desenvolvimento, moradias seguras e estabilidade, também descreveu Gaza como um território de “morte e destruição”.
A proposta não é inédita. Em fevereiro de 2025, Trump já havia sugerido que os EUA assumissem o controle de Gaza e realocassem os palestinos para países vizinhos, sugerindo que sob controle americano, o território palestino poderia se tornar a “Riviera do Oriente Médio”, ideia que foi amplamente criticada por nações árabes e organizações internacionais, sendo comparada a uma forma de limpeza étnica.
A reação à declaração foi imediata. O grupo Hamas rejeitou veementemente a proposta, afirmando que Gaza não está à venda e que a região pertence ao seu povo. Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou apoio à iniciativa de Trump, vendo nela uma oportunidade para neutralizar ameaças vindas de Gaza.
Ainda em fevereiro, o presidente Trump compartilhou em sua rede social TruthSocial um vídeo gerado por inteligência artificial intitulado “Trump Gaza”. O vídeo mostrava imagens de uma estátua dourada do presidente nos arredores de Gaza, carros de luxo e arranha-céus na Faixa de Gaza reconstruída. A publicação gerou forte reação negativa entre os palestinos na região.
A declaração de Trump ocorre em um momento de intensificação dos ataques israelenses em Gaza, que já resultaram na morte de mais de 200 pessoas nos últimos dois dias, incluindo mulheres e crianças. A situação humanitária na região é crítica, com milhares de deslocados internos e escassez de muitos recursos essenciais.