Mulheres iranianas e do mundo inteiro têm compartilhado vídeos onde aparecem cortando seus cabelos em solidariedade à onda de protestos que ocorrem no país após a morte da jovem Mahsa Amini, 22, que perdeu a vida em 16 de setembro, sob custódia policial, depois de ter sido presa pela “polícia da moralidade” por supostamente não usar o véu islâmico corretamente.
Há cerca de quatro semanas, manifestantes têm tomado as ruas do país, principalmente os mais jovens, em protesto contra imposições de comportamento e vestimenta do regime islâmico.
No sábado (8/10), uma transmissão ao vivo da TV estatal iraniana foi interrompida por uma aparente invasão hacker, dirigida ao líder supremo do país. O noticiário foi substituído pela imagem de uma máscara, seguida por uma montagem com a foto do aiatolá Ali Khamenei em chamas. O grupo por trás do protesto se autodenomina Adalat Ali, ou “A justiça de Ali”.
A ação hacker ocorre depois de ao menos três pessoas morrerem baleadas durante enfrentamentos entre manifestantes e forças de segurança. Grupos de direitos civis dizem que mais de 150 pessoas foram mortas desde a eclosão dos protestos, em 17 de setembro.
O boletim noticioso do sábado foi interrompido por volta das 21h (hora local) com cenas que incluíam Ali Khamenei com um alvo na cabeça, fotos de Mahsa Amini e de três outras mulheres mortas recentemente. Uma das legendas dizia “junte-se a nós e se levante”; outra dizia “o sangue da nossa juventude está escorrendo de suas patas”. A interrupção durou alguns segundos, até ser cortada.
Literally the moment #Iran’s State TV was hacked tonight. Transitioning from a Khamenei meeting to chants of “women, life, and freedom.” #MahsaAmini https://t.co/UkbW5AH5f1
— Jason Brodsky (@JasonMBrodsky) October 8, 2022
F5 com informações da BBC Brasil