A Unidade Básica de Saúde (UBS) Baralho, no município de Bayeux, foi interditada eticamente pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB), em fiscalização realizada na manhã desta sexta-feira (28). O órgão constatou que o local tem graves problemas de infraestrutura e insalubridade, além da falta de segurança para profissionais e usuários.
A interdição terá início a partir da 0h deste sábado (29), no entanto, em entrevista ao G1 PB, a Secretaria de Saúde de Bayeux disse que a interdição é direcionada aos médicos, e que a unidade continua em funcionamento para outros serviços ofertados à população.
De acordo com a equipe de fiscalização do CRM-PB, a UBS apresenta grande quantidade de infiltrações, rachaduras, trincas e mofo nas paredes e no teto de vários setores, como consultório médico, odontológico e de enfermagem, também na sala de vacina (com infiltração extensa em parede com tomadas elétricas), na sala de procedimentos, na cozinha e nos banheiros.
Em alguns setores é possível verificar o risco de desabamento do teto em consequência das infiltrações, aponta o órgão. Já houve desabamento de parte do teto da sala de triagem, que foi desativada e transferida para outro local.
Os profissionais da UBS relataram que a unidade está sem serviço de vigilância há mais de dois meses, colocando a equipe e os usuários em situação de risco.
Em agosto de 2019, o CRM-PB já havia interditado eticamente a UBS Baralho por falta de segurança. Na ocasião, o atendimento foi transferido provisoriamente para outro endereço e, no entanto, os serviços foram retomados no imóvel atual sem que o problema fosse solucionado.
“A interdição ética de uma unidade de saúde é o último recurso que adotamos para que a população não seja prejudicada. Infelizmente, a UBS Baralho oferece alto risco de comprometimento à saúde e integridade física dos profissionais e dos pacientes, pela insalubridade, sérios problemas estruturais e falta de segurança”, disse o diretor de fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza.
O relatório do CRM-PB foi encaminhado à Secretaria de Saúde de Bayeux, ao Ministério Público Estadual e ao Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB).