Em um movimento ousado, a Ucrânia lançou um ataque com drones contra bombardeiros estratégicos russos com capacidade nuclear, atingindo bases militares na Sibéria e em outros locais. O ataque ocorreu no domingo (1), véspera da segunda rodada de negociações de paz entre os dois países, iniciada nesta segunda-feira (2) em Istambul, Turquia.

O ataque ucraniano, considerado um dos mais ambiciosos desde o início da guerra, visou aeronaves de longo alcance, incluindo bombardeiros Tu-95. A ofensiva foi interpretada como uma demonstração de força por parte de Kiev, em um momento crítico das negociações.

As bases atingidas incluíram a base aérea de Belaya, na Sibéria, e a base de Olenya, no Ártico russo — esta última responsável por abrigar aeronaves capazes de transportar armamento nuclear. O alcance do ataque foi a mais de 4 mil quilômetros da linha de frente do conflito.

O ataque atingiu, danificou ou destruiu pelo menos 40 aeronaves, incluindo os bombardeiros Tu-95, Tu-160, Tu-22M3 e o avião de vigilância e controle aéreo A-50. Fontes de inteligência ucraniana estimam que o prejuízo causado à aviação russa ultrapasse os US$ 7 bilhões, e que cerca de 34% da frota de portadores de mísseis estratégicos da Rússia foi comprometida.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a ofensiva foi preparada ao longo de 18 meses e envolveu coordenação complexa em diferentes regiões russas.

Enquanto isso, em Istambul, as delegações russas e ucranianas se reuniram nesta segunda-feira (2) para a segunda rodada de negociações de paz. A delegação ucraniana é liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov, e a delegação russa, por Vladimir Medinsky, ex-assessor de Putin. A mediação do encontro é feita pelo ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan.

Em resposta ao ataque, setores nacionalistas russos pressionaram o governo por uma retaliação. O presidente Vladimir Putin convocou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança russo para avaliar a situação. Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a continuidade do apoio norte-americano dependerá do avanço nas negociações diplomáticas entre as partes.