O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) criticou novamente ordens judiciais expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que “vai chegar uma hora” em que elas “não vão ser cumpridas”. A declaração foi feita em entrevista com o apresentador bolsonarista Luís Ernesto Lacombe, exibida nesta quinta-feira (19), durante o programa “Agora com Lacombe”, da RedeTV!.

“Prendem por fake news, não apresentam crime. E nem crime é fake news. Prendem por atos antidemocráticos. O que é ato antidemocrático? Prendem por milícia virtual. Vai chegar uma hora em que essas ordens, infelizmente, da maior Corte, do mais elevado nível do Judiciário nacional, não vão ser cumpridas, se continuar desse jeito”, disse o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro.

Essa não é a primeira vez que o deputado afronta a Corte. Em 2018, o parlamentar afirmou que bastaria “um cabo e um soldado” para fechar o STF. Após o episódio, alegou que a fala foi em tom “jocoso”.

As novas declarações acontecem em um momento crítico da relação do presidente com ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso (que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral).

Moraes foi o ministro responsável pela determinação da prisão preventiva de Roberto Jefferson, um dos principais aliados políticos de Bolsonaro. Já Barroso é visto pelo presidente como o responsável por impedir a aprovação da PEC que instituiria o voto impresso para urnas eletrônicas.

Na tarde desta sexta-feira (20), Bolsonaro ingressou com um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes.

A formalização ocorre no dia em que a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços do cantor Sérgio Reis e do deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), aliados do presidente.

As medidas foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República e autorizadas por Moraes.

Auxiliares palacianos viram na apresentação do pedido uma reação do presidente à operação da PF. Bolsonaro havia anunciado que também pediria o afastamento de Barroso, o que não ocorreu.

Da Redação com UOL e Folha de S. Paulo