A suposta participação de agentes públicos em um esquema criminoso, que expulsava moradores para ocupar casas em comunidades de João Pessoa, é investigada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) na Paraíba.
De acordo com o coordenador do Gaeco, Octávio Paulo Neto, não só agentes públicos como também políticos podem ter apoiado a atuação da facção criminosa na capital paraibana.
Em áudio divulgado à imprensa, o promotor de Justiça explicou que a investigação agora tenta entender a dinâmica do grupo criminoso. “A gente tem desenvolvido esse esforço com a finalidade de tentar entender a mecânica e se contrapor, efetivamente, aos movimentos que contrariam a legislação e expropriam a população dos seus direitos”, afirmou.
Porque o que é mais grave é que os faccionados têm expropriado as pessoas que têm direito à moradia para se servirem deste para se capitalizarem e monetizarem sobre esses direitos – e isso muitas vezes com o apoio de agentes públicos e também políticos, disse o coordenador do Gaeco.
Na sua fala, o Dr. Octávio Paulo Neto revelou que as investigações vão continuar pois esses movimentos de um lado prejudicando os verdadeiros movimentos sociais e, de outro, desafiando o poder público.
Levantamento feito semana passada pela Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de João Pessoa aponta que muitos grupos que ocupavam DUBAI I e foram retirados de lá, buscaram se estabelecer em outras regiões.
Uma delas fica na Praia do Sol onde os invasores já destruíram uma enorme área de vegetação nativa e que negociam lotes em plena luz do dia desafiando as autoridades de todas as esferas.
A imprensa vem noticiando que mesmo com uma série de denúncias de moradores e investigações do Ministério Público Federal, um grupo liderado por Claudia Alvez Bezerra, continua cadastrando abertamente pessoas para ocupar uma área de preservação ambiental, localizada na Praia do Sol em João Pessoa.
É o caso de Rivaldo Daniel da Silva, que aparece nas investigações da prefeitura de João Pessoa como um dos supostos beneficiados pelo esquema liderado por Cláudia Alves Bezerra, que foi cadastrado mesmo depois que a Secretaria do Meio Ambiente e o Ministério Público Federal estiveram na área e constataram as irregularidades.
O enredo é o mesmo: Cláudia Alves, atrai pessoas para uma suposta associação e essas pessoas se passam por assentados mesmo não residindo na área. Em áudio, ela aparece dizendo que o grupo invasor é protegido pela organização criminosa OKAIDA.
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) na Paraíba já constatou o envolvimento de agentes políticos na operação Incoerência e agora mira nos outros casos de invasão, entre eles a Praia do Sol.
As investigações devem mostrar quais os agentes políticos oferecem proteção a Cláudia Alves e as razões que a fazem enfrentar a justiça como se fosse acobertada por gente grande.
Cláudia Alves, tem negado através das redes sociais a sua participação com organizações criminosas. Ela diz que preside uma Associação de Moradores sem moradia.
O grupo de criminosos suspeito de retirar moradores para ocupar casas em comunidades de João Pessoa se tornou alvo de uma operação do Gaeco nesta quinta-feira (6). As ações policiais aconteceram na comunidade Tito Silva, no bairro Miramar, com ramificações na comunidade Laranjeiras e nos bairros José Américo e Funcionários III.
De acordo com o Ministério Público da Paraíba, o grupo criminoso burlou os objetivos do “Programa João Pessoa Sustentável”, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, que oferecia aos moradores de áreas de risco duas opções: realocação para moradias oferecidas pela prefeitura ou indenização de R$ 115 mil.
O grupo pretendia receber as indenizações ou até mesmo alugar os imóveis desapropriados, causando medo entre os moradores que se opunham aos criminosos.
Ao todo, cerca de 250 agentes participam das incursões para cumprimento de 62 mandados judiciais de Busca e Apreensão. Eles estão divididos em 49 equipes. Os mandados são relacionados a 54 pessoas, em 41 endereços.