O ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, vítima de câncer no esôfago. O velório público, realizado no Salão dos Passos Perdidos do Palácio Legislativo, em Montevidéu, nessa quarta-feira (14), segue aberto ao público, permitindo que milhares de cidadãos prestem suas últimas homenagens ao líder histórico.
O cortejo fúnebre, acompanhado por autoridades como o presidente Yamandú Orsi e a viúva e ex-vice-presidente Lucía Topolansky, percorreu as principais ruas da capital uruguaia. O caixão de Mujica, coberto com as bandeiras do Uruguai e de Artigas, foi saudado por aplausos e gritos de “Grande Pepe” e “O povo está contigo”, em reconhecimento à sua trajetória de vida simples e compromisso com a justiça social.
Mujica, conhecido por sua austeridade e por viver em uma chácara em Rincón del Cerro, sempre rejeitou os privilégios do poder. Durante seu mandato de 2010 a 2015, promoveu reformas progressistas, como a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a despenalização do aborto e a regulamentação do uso de cannabis. Sua postura ética e defesa da democracia o tornaram uma figura admirada internacionalmente.
Em seu último desejo, Mujica solicitou ser enterrado próximo à sua casa, ao lado de sua cadela Manuela, sem homenagens ou pompas. O presidente Orsi decretou três dias de luto nacional em sua memória.
“Sua vida foi um exemplo de que a luta política e a doçura podem andar juntas. E de que a coragem e a força podem vir acompanhadas da humildade e do desapego”, escreveu o presidente Lula.
Outros líderes internacionais, como Pedro Sánchez e Gustavo Petro, também expressaram seu pesar e destacaram o legado de Mujica como símbolo de luta, perseverança e humanidade.