Segundo o Sindicato da Indústria da Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), a safra 2022/2023 bateu o recorde desde 1980, com uma produção auditada de 7,7 milhões de toneladas de cana. Essa safra também foi caracterizada pelo aumento significativo na produtividade em toneladas por hectare, tendo mantido quase a mesma área plantada da safra anterior.
Agora, as usinas paraibanas iniciam a safra 2023/2024 de cana-de-açúcar, açúcar e etanol. De acordo com o Sindalcool-PB, a estimativa para a produção é de 6,4 milhões de toneladas. As usinas começam a safra no fim de julho e seguem até abril do próximo ano.
“Fizemos uma estimativa de safra de 6,4 milhões de toneladas com crescimento no açúcar produzido de 10 a 15%, lembrando que essa cana será colhida a partir deste mês até abril de 2024. Deverá ocorrer um crescimento na oferta de anidro de 12% a 16%”, disse Edmundo Barbosa, presidente-executivo do Sindalcool.
De acordo com a Datagro Consultoria Ltda., uma das principais empresas de consultoria do mundo especializada em mercados agrícolas, na região Nordeste, a estimativa de moagem é de 58 milhões de toneladas de cana em 2023/24, com a produção de 3,45 milhões de toneladas de açúcar e 2,22 bilhões de litros de etanol.
Já na região Centro-Sul, que detém a maior produção deste mercado, a estimativa é de 590 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2023/24. O valor representa um crescimento, visto que em 2022/23 o número foi de 552,02 milhões de toneladas.
A Tabu Agro Indústria, situada na zona rural de Caaporã-PB, já começou o corte na última terça-feira (18). A empresa deve gerar cerca de 1.200 empregos diretos durante a safra. A expectativa da Tabu é de 800 mil toneladas de cana.
De forma geral, como investimento na mecanização no campo, as empresas têm investido na aquisição de novas colhedoras para expansão da colheita mecanizada.
A agricultura de precisão é outra área prioritária para organização dos dados continuamente obtidos do processamento tanto na indústria como no campo
Por trás do funcionamento pleno e eficiente das usinas, existe um importante trabalho de manutenção corretiva e preventiva em suas estruturas e sistemas elétricos, realizado por especialistas como Viviane Pedrosa, engenheira eletricista e CEO da Voltec.
Viviane presta consultoria para usinas associadas ao Sindalcool-PB como Japungu Agroindustrial LTDA, Usina Monte Alegre, Miriri Alimentos e BioEnergia e Usina Agroval.
Segundo Pedrosa, durante o período de entressafra, quando a produção da cana é interrompida e as usinas passam por uma fase de pausa nas atividades, as equipes técnicas das usinas elaboram um meticuloso cronograma de manutenção e aferição de instrumentos.
Este cronograma é essencial para garantir pleno funcionamento e máxima segurança nas operações, para que tudo funcione sem problemas e sem interrupções indesejadas.
“Uma boa qualidade e confiabilidade do sistema elétrico é essencial para o operacional de uma usina sucroalcooleira, visto que esta tem por regime o funcionamento pleno durante meses, sendo necessária uma boa gestão energética a fim de tornar todos os processos mais eficientes”, disse Viviane.
Como reivindicação, enquanto associação dos produtores de bioenergia da Paraíba, o Sindalcool-PB apresenta a necessidade de revisão dos valores da eletricidade gerada e produzida pelas usinas com a utilização do bagaço da cana, a chamada energia de biomassa, que é uma alternativa de energia renovável com potencial para complementar a geração de energia no país.
Para o dirigente do Sindalcool-PB, a energia de biomassa, fornecida para o abastecimento de cidades, requer o apoio da sociedade para que essa fonte participe de leilões com os mesmos atributos das térmicas, como confiabilidade, despachabilidade e sustentabilidade.
Por outro lado, Edmundo Barbosa ressalta que existem vários contratos de biomassa vencendo nos próximos anos, além dos problemas não resolvidos do Programa de Incentivo a Fontes Alternativas (Proinfa).