Ao mesmo tempo em que o governo brasileiro afirma esperar a divulgação das atas das eleições na Venezuela, interlocutores no Itamaraty avaliam que a publicação pode não ser suficiente para se reconhecer a vitória ou a derrota de Nicolás Maduro.
Maduro pediu para que Suprema Corte do país audite as eleições, mas a saída do Centro Carter foi vista com preocupação por diplomatas porque deixa um vácuo de possibilidade de auditoria confiável. A entidade é vista como uma das instituições mais independentes no fornecimento de análises sobre os resultados.
Nesta terça (30), o Centro Carter cancelou a divulgação de um relatório preliminar e alertou sobre a retirada de funcionários da Venezuela. Em um comunicado divulgado no início desta quarta-feira (31), a organização pró-democracia fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, afirmou que as eleições na Venezuela não podem ser consideradas democráticas.
Com isso, o Brasil deve seguir no “modo cautela” ditado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e segurar um reconhecimento do resultado por tempo indeterminado, a depender também do termômetro dos acontecimentos no país vizinho. Uma das principais preocupações é com o aumento da violência urbana em território venezuelano.