A infecção urinária é um problema de saúde bastante comum nos consultórios de urologia. Pesquisa realizada pelo Instituto Ipec em 2021 indica que cerca de 30% da população sofre com a condição no país.
Como o nome indica, essa doença é caracterizada por uma infecção no trato urinário. Está associada à bactéria Escherichia coli em oito a cada dez casos, conforme aponta a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
Um dos seus principais sintomas é a vontade excessiva de urinar — que, na maioria das vezes, foge do controle. No entanto, há ainda uma série de sinais e causas que envolvem o problema, variando entre cada indivíduo.
Por ser comum e com muitas condições, existem várias teorias sobre a infecção urinária. Ter o conhecimento do que é verdade ou mentira é essencial para garantir um acompanhamento especializado e minimizar os riscos à saúde.
Mentira. Embora atinja mais o público feminino, homens também podem ser acometidos pela doença. A incidência é maior entre mulheres devido a questões anatômicas, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Como explica o órgão, o canal da uretra feminina é mais curto que o masculino, favorecendo a proliferação de bactérias e o surgimento da infecção na bexiga.
A SBU informa que as mulheres têm 50 vezes mais chances de manifestar a patologia. A estimativa é que, ao longo da vida, 50% a 80% delas tenham algum tipo de infecção no trato urinário.
Já os homens também podem desenvolvê-la, mas geralmente há uma relação com outras condições, como a doença prostática.
Verdade. Na área da ginecologia, ressalta-se a importância de urinar após o sexo. Prevenir a infecção urinária seria um dos benefícios.
Apesar de alguns portais ligados à saúde discordarem da relação, a Fundação Oswaldo Cruz afirma que essa ação funciona como uma lavagem no canal da uretra, ajudando a remover os resíduos e evitando possíveis infecções causadas por bactérias que estejam no local.
Mentira. De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, a condição pode causar também dores na bexiga, nas costas e no baixo ventre, além de febre, diminuição da quantidade de urina a cada micção e, em casos mais graves, sangramentos.
Verdade. Segundo a Sociedade Mineira de Nefrologia (SMN), há um aumento na incidência de infecção urinária durante o verão. A época do ano marcada por praia, sol, piscina e calor é a ideal para a proliferação de fungos e bactérias, principalmente as responsáveis pela doença.
O uso prolongado de roupas íntimas úmidas, como biquínis e maiôs, contribui com o surgimento desses microrganismos e, consequentemente, de infecções.
Verdade. Ainda de acordo com a SMN, outro motivo que torna o verão uma época de maior incidência da infecção urinária é a falta de hidratação. A perda de líquido pelo suor e respiração não costuma ser reposta como deveria, gerando menor quantidade de urina.
Cultivar o hábito de beber água durante o dia previne os riscos de infecção. O Ministério da Saúde afirma que essa prática ajuda na produção de urina, que auxilia a expelir as bactérias da bexiga. Somado a isso, o órgão também elenca que manter os cuidados com higiene e evitar o uso de roupas muito apertadas podem minimizar os riscos.
Verdade. Os antibióticos costumam ser prescritos pelos médicos aos pacientes com infecção urinária grave, pois nos casos mais leves o próprio organismo expulsa a bactéria naturalmente.
Em casos de cistites infecciosas, o uso dessas medicações ou quimioterápicos é comum para tratar a doença. A SBN aponta que a escolha do antibiótico vai depender do tipo de bactéria encontrada em exames laboratoriais, da pessoa afetada (idosos, mulheres, gestantes ou crianças) e da própria evolução do quadro clínico.
Ainda conforme o órgão, a possibilidade de cura é grande quando o tratamento é seguido à risca. Tanto a SBN quanto a SBU reforçam que, em casos de infecção urinária, o uso de qualquer medicação só deve ser feito após orientação médica.