Contestando alguns fatos que contam a história da escolha do nome da capital do estado da Paraíba, Mestre Fuba defende o plebiscito para a mudança do nome de João Pessoa. Em entrevista ao programa F5, na rádio Pop FM, nesta quinta-feira (2), o vice-presidente da Fundação Espaço Cultural demonstrou estudos que resultaram no livro “Parahyba 1930: A Verdade Omitida”, de sua autoria.
“Eu fiz o livro contando a história da Paraíba para que as pessoas possam entender um pouco de como a nossa história é contada errada”, disse. Fuba, que também é ex-vereador da capital e um dos fundadores do bloco Muriçocas do Miramar, defende que o atual nome da cidade foi uma imposição política da época.
“Fizeram essa mudança (de nome) à força na Assembleia Legislativa. Foram quatro tentativas. Só na quarta que mudaram, à força. E existia ali um clima muito tenso, porque foi um mês e meio depois do assassinato (de João Pessoa). Na verdade, é preciso entender como foi fabricada essa comoção”, explicou Fuba.
O debate em torno do tema voltou à tona na última semana, quando o advogado Raoni Vita solicitou, por meio de uma ação no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), a realização de um plebiscito para decidir o nome da capital paraibana, conforme consta na Constituição do Estado.
“Eu escrevi esse livro não foi pensando em mudar o nome da cidade. Agora, quando eu coloquei que tá dentro da Constituição essa possibilidade de fazer o plebiscito, muita gente criou movimentos. Criou-se o movimento “Paraíba, capital Parahyba”, movimento “Bandeira Viva”, “Nova Bandeira”… Criaram vários movimentos dentro da cidade. E esses movimentos estão se reagrupando agora por conta disso”, explicou Fuba.
Mudar para qual?
Por quase 300 anos, a capital paraibana se chamou Parahyba, uma palavra indígena de origem tupi, nome que durou até a morte de João Pessoa. “Em 1654, foram postos para fora os holandeses e aí voltou a ser o que era. Era Capitania Real da Parahyba. Voltou a ser Parahyba, capital Parahyba, durante 276 anos. Até que veio a pseudo-revolução, que foi um golpe, em 1930”, disse o autor de A Verdade Omitida.
Questionado sobre qual acredita ser o nome mais adequado, Fuba diz: “Durante 276 anos foi Parahyba, capital Parahyba. Se tiver que mudar, que volte a ser o que era, porque é um nome nosso, um nome indígena, que significa braço de rio, segundo Coriolano de Medeiros. Parahyba também foi uma árvore, que está extinta. Há historiadores que dizem que é “rio não navegável” ou “rio sujo”.
Outra sugestão do ex-vereador é um dos pontos geográficos da cidade: “Se tiver que escolher outro nome, eu diria Cabo Branco. É um referencial mundial no mapa, apesar de ser a Ponta do Seixas o extremo oriental das américas. É um nome também bonito”.
Assista à entrevista completa: