Em entrevista ao programa F5, na rádio Pop FM, nesta quarta-feira (16), o diretor-executivo da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace Esperança), Cassiano Gomes, falou sobre as distorções que o debate sobre o uso medicinal da cannabis tem gerado.
De acordo com ele, a principal luta da Abrace e de entidades com o mesmo fim é a de “dar qualidade de vida aos pacientes”. No Brasil, há apenas 13 associações autorizadas judicialmente a trabalhar com a cannabis para uso medicinal; a Abrace é uma delas.
“Hoje, o que mais se fala do Brasil é o movimento da cannabis medicinal. E querem colocar a gente como se tivesse lutando pelo uso recreativo. E os políticos, Osmar Terra, e toda a direita conservadora tentam pintar isso da gente”, pontuou Cassiano.
O debate travado nos últimos dias em decorrência do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, do porte de drogas para uso recreativo reacendeu pautas políticas sobre o tema. “Tem vídeos meus sendo apresentados em palestras falando que a gente tem um plano, que, no Brasil, a gente precisa primeiro regulamentar a medicinal. Depois, industrial e, por último, recreativo”, reclamou o diretor da Associação.
Ele explica que se trata de uma distorção e que há etapas a serem cumpridas, como em outros lugares do mundo. “Foram 20 anos para a Califórnia regulamentar, permitir que acabasse com a história da receita. Basta a pessoa se registrar e ela tem acesso. Então, eu não tô achando que a gente vai fazer isso em cinco, três, dois anos… Eu acredito que é o caminho. A gente pode fazer como a gente faz com as outras substâncias. O álcool não é proibido”, concluiu Cassiano.
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