
O deputado estadual e ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), contestou nesta terça-feira (25) as declarações do prefeito Cícero Lucena (MDB) sobre a origem dos valores cobrados atualmente na Zona Azul Digital. A fala ocorreu durante entrevista na Assembleia Legislativa e reacende o embate político em torno do estacionamento rotativo no Centro da capital.
Cartaxo afirmou que não é verdadeira a versão de Cícero, segundo a qual o preço atualmente cobrado teria sido definido ainda na gestão anterior. “Não bate com a realidade, até porque o nosso projeto é de seis anos atrás. E naquele momento a gente não tinha nenhuma discussão sobre o valor da tarifa e da taxa que iria ser cobrada pela Zona Azul”, disse o deputado.
Segundo ele, o modelo que começou a ser desenhado em sua administração era completamente distinto do implementado pela atual gestão. Cartaxo lembrou que a proposta original previa equipes trabalhando presencialmente no comércio, vendendo cartelas, e não o sistema de parquímetros adotado pela prefeitura. “São dois projetos completamente diferentes. Então, não tem nenhuma relação. Não vamos confundir alhos com bugalhos”, declarou.
Questionado sobre a insatisfação popular, o ex-prefeito avaliou que a população ainda não assimilou o funcionamento do novo sistema e apontou falhas operacionais. “A gente percebe que tem uma dificuldade e a população não assimilou ainda qual é a ideia da prefeitura. A gente percebe o número de vagas excessivas no Centro. É preciso fazer uma avaliação detalhada e apresentar alternativas, porque o comércio está passando por dificuldades”, afirmou.
Enquanto Cartaxo concedia a entrevista, a Câmara Municipal aprovou, na manhã de hoje, a medida provisória enviada pela prefeitura que regulamenta o serviço da Zona Azul com validade de 30 anos.
A MP mantém o sistema no Centro e autoriza sua expansão para outras áreas, como a orla e Mangabeira. Durante a votação, os vereadores aprovaram emendas que criam a chamada “Zona Branca” — trechos isentos de cobrança em nove vias do Centro — e estabelecem tolerância de até 20 minutos para motoboys e motoristas de aplicativos, mediante comprovação de atividade remunerada.
A votação foi marcada por divergências e votos contrários, refletindo a pressão que o tema tem causado entre comerciantes, motoristas e parlamentares.