O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), reconheceu nesta segunda-feira (1º) que pode se sentir desconfortável caso o Progressistas não promova um ambiente de diálogo e respeito entre suas lideranças.

A fala ocorre em meio às especulações sobre sua permanência no partido e à disputa pela sucessão estadual em 2026. “Nós estamos sempre querendo que as coisas ocorram de forma natural, debatida e discutida. Obviamente, se não houver esse nível de discussão, eu ficarei desconfortável”, declarou.

Nos últimos meses, o prefeito tem sido alvo de convites para migrar de sigla. O ex-governador e presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, chegou a oferecer a Cícero o comando do partido na Paraíba e a possibilidade de disputar o governo estadual. Apesar disso, o gestor manteve a posição de permanecer no PP, ainda que com críticas à condução da legenda.

Dentro do partido, as divergências giram em torno da pré-candidatura ao governo do Estado. O vice-governador Lucas Ribeiro (PP) é apontado como nome natural pela ala liderada pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro, mas Cícero tem contestado a “naturalidade” dessa escolha. O prefeito defende que o processo seja conduzido a partir de critérios e diálogo com a população.

A permanência de Cícero no PP também foi questionada por outras lideranças. O presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), declarou recentemente que, caso o prefeito deixe a sigla, isso será interpretado como sinal de que está “candidato de fato” ao governo.

Apesar das pressões, o prefeito insiste que não pretende abandonar o grupo do governador João Azevêdo (PSB). Ele reforça que o mais importante é manter o foco no modelo de gestão, deixando em segundo plano a disputa partidária.

O posicionamento de Cícero mostra que o cenário segue indefinido dentro do Progressistas. Enquanto mantém aberta a porta para negociações, o prefeito condiciona sua permanência ao respeito e ao debate interno, preparando o terreno para uma disputa que pode redesenhar as forças da base governista até 2026.