O vereador Tarcísio Jardim (PP) detalhou, em entrevista na manhã desta terça-feira (16), os pontos de seu projeto de lei que prevê gratuidade em eventos culturais, esportivos e de entretenimento para profissionais da segurança pública em João Pessoa. A proposta também garante meia-entrada para familiares desses servidores.
De acordo com o texto, terão direito à gratuidade policiais militares e civis, bombeiros, guardas municipais, agentes penitenciários e de trânsito, mediante apresentação de identidade funcional. Já os dependentes diretos — como cônjuges e filhos de até 12 anos — poderão comprar ingressos com 50% de desconto. O subsídio público terá limite de até metade do valor do ingresso, de modo a evitar abusos e assegurar equilíbrio entre os beneficiados e o setor produtivo.
O vereador ressaltou que os custos não recaem sobre empresários ou produtores de eventos, mas serão bancados pelo poder público. “A carga tributária brasileira já cobre essas despesas. Há uma hipocrisia em questionar benefícios para quem arrisca a vida todos os dias, enquanto pouco se fala sobre a corrupção que drena recursos da população”, afirmou.
Tarcísio também criticou a falta de mobilização popular diante das dificuldades enfrentadas pela categoria. Segundo ele, os profissionais da segurança lidam com salários baixos, jornadas intensas e situações familiares complicadas, mas raramente contam com apoio social quando reivindicam melhores condições. “Existe uma cultura que tenta desvalorizar a segurança pública. Como vereador e policial, me sinto na obrigação de representar esses profissionais”, declarou.
O parlamentar frisou que a proposta não tem caráter populista, mas busca justiça e plausibilidade. Reconheceu ainda que não é possível, pela via legislativa municipal, conceder aumento salarial ou garantir segurança jurídica plena à categoria. No entanto, acredita que medidas como a gratuidade representam uma forma de compensar perdas salariais e de valorizar os agentes.
Outro ponto defendido por Tarcísio é a importância de separar falhas individuais de atitudes institucionais. Para ele, erros cometidos por alguns profissionais não devem ser usados para generalizar a imagem negativa de toda a corporação. “É preciso lembrar que esses homens e mulheres saem todos os dias para garantir a segurança de toda a sociedade”, reforçou.
O projeto agora seguirá para análise nas comissões da Câmara Municipal de João Pessoa, antes de ser submetido à votação em plenário. Caso aprovado, a aplicação ficará a cargo do Poder Executivo.