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‘Vivemos uma civilização ou é tudo teatro?’, questiona Nilda Gondim sobre caso Genivaldo
03/06/2022 / 11:41
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A senadora Nilda Gondim (MDB-PB) fez declarações sobre o caso Genivaldo de Jesus Santos, homem negro de 38 anos morto em abordagem truculenta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Umbaúba, Sergipe, no último dia 25 de maio. A parlamentar vê no caso mais um exemplo de cidadão brasileiro vítima de discriminação racial e tortura até a morte.

​Nilda lembra que a PRF tem a função de garantir a ordem e a segurança nas rodovias, proteger o cidadão e combater as infrações de forma civilizada e humana. Mas segundo ela, o que se viu na morte de Genivaldo foi o contrário.

“Esse acontecimento terrível me faz realizar o seguinte questionamento: de fato, vivemos em uma civilização? Ou, as instituições, o Estado, as leis, tudo não passa de um grandioso teatro?”, questiona. Ela afirma que o Brasil precisa retomar o caminho de respeito aos direitos humanos, de valorização da vida e do bem-estar dos cidadãos.

​Nilda também criticou duramente a exclusão da disciplina de Direitos Humanos do processo de formação dos agentes. Na visão da senadora, o bom desempenho da missão policial requer cursos específicos, para que os agentes realizem abordagens técnicas e humanizadas.

“O que devemos pensar do Poder Estatal de um país onde um cidadão, portador de esquizofrenia, ao ser abordado por dirigir uma motocicleta sem capacete é morto em uma câmara de gás por policiais que detém o monopólio da força? Volto a questionar, realmente, vivemos em uma civilização? Ou retrocedemos à barbárie?” indagou Nilda, ao pedir que a disciplina de Direitos Humanos seja retomada nos cursos preparatórios e de aperfeiçoamento de policiais civis e militares.

“Foram cenas de horror revestidas de requintes de crueldade, que nos remetem aos tempos dos bárbaros e que tiveram repercussão internacional, chocando a todos”, destacou Nilda Gondim, ao expressar condolências aos familiares de Genivaldo e ressaltar que espera do Judiciário a responsabilização necessária “em um caso tão absurdo”.

O caso

​Genivaldo morreu depois de ter sido trancado no porta-malas de uma viatura da PRF e submetido a inalação de gás lacrimogêneo. A causa da morte apontada pelo Instituto Médico Legal de Sergipe foi asfixia e insuficiência respiratória. Os policiais envolvidos no caso foram afastados e o caso está sob investigação. Aos 38 anos, ele levava uma vida pacata, sendo inofensivo, segundo depoimento de vizinhos.