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Líderes mundiais condenam Rússia por ameaça nuclear de Putin
21/09/2022 / 14:58
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Líderes mundiais e representantes de organizações internacionais reagiram a um discurso do presidente russo, Vladimir Putin, nesta quarta-feira (21). Dirigindo-se à nação, o líder russo convocou os cidadãos para o confronto e disse que poderia usar armas nucleares se a soberania do país fosse ameaçada. “Isso não é blefe”, concluiu.

Putin ordenou que o país se mobilizasse pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. O objetivo do Kremlin é convocar 300 mil reservistas que já possuem alguma experiência militar para se juntarem à guerra contra a Ucrânia.

A declaração veio no momento em que os chefes de Estado realizavam a 77ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em Nova York, EUA. Em um discurso nesta terça-feira (20), o presidente francês Emmanuel Macron chamou a guerra de Moscou como um retorno ao “imperialismo“.

“O que estamos testemunhando desde 24 de fevereiro é um retorno ao imperialismo e ao colonialismo. A França o rejeita e buscará teimosamente a paz”, defendeu Macron.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, classificou o anúncio de mobilização parcial do líder russo como um “ato de desespero”.

“O anúncio de #mobilizaçãoparcial de Putin é um ato de desespero. A Rússia não pode vencer essa guerra criminosa. Desde o início, Putin subestimou completamente a situação — a vontade de resistir na #Ucrânia e a união de seus amigos”.

A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, condenou a ameaça de retaliação nuclear de Vladimir Putin e exigiu que a Rússia pare com sua guerra “ilegal e imoral” contra a Ucrânia.

“A Austrália condena as ameaças do presidente Putin de usar “todos os meios” à sua disposição. As alegações de defender a integridade territorial da Rússia são falsas. A Rússia deveria se retirar imediatamente da Ucrânia e cessar sua agressão ilegal e imoral contra a Ucrânia.”

A primeira-ministra britânica Liz Truss twittou que continua apoiando “a luta do povo ucraniano para restaurar a soberania e a integridade territorial”.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, criticou o presidente Vladimir Putin por usar uma retórica nuclear “perigosa e imprudente”. Segundo ele, o discurso do líder russo, que mostrou que a guerra não estava indo de acordo com o plano do Kremlin, aumentou as tensões, mas não surpreendeu.

Stoltenberg explicou que a OTAN garantirá que Moscou não entenda mal a seriedade do uso de armas nucleares.

Ele também afirmou que, até agora, a OTAN não observou nenhuma mudança na postura nuclear da Rússia. Seis meses atrás, apenas três dias após o início da última invasão russa da Ucrânia, Putin ordenou que suas forças nucleares estivessem em alerta máximo.

“A comunidade internacional deve condenar esta flagrante violação do direito internacional e intensificar o apoio à Ucrânia”, defendeu.

Autoridades da União Europeia (UE) chamaram o anúncio nuclear do líder russo de “aposta inaceitável”.

“Putin está fazendo uma aposta nuclear muito perigosa. Ele está usando o elemento nuclear como parte de seu arsenal de terror, é inaceitável”, defendeu Peter Stano, porta-voz da Comissão Europeia, em entrevista à imprensa internacional.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a UE continuará apoiando a Ucrânia “firmemente” diante da agressão russa.

“Não ceda à chantagem”

Mais cedo, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, exortou os países que apoiam a guerra da Ucrânia com a Rússia a não serem “chantageados” por essas ameaças. Na visão dos líderes ucranianos, qualquer recuo poderia dar ao Kremlin luz verde para avançar para territórios vizinhos e conquistar mais, aumentando sua influência no conflito.

“Não acredito que ele vá usar essas armas [nucleares]. Eu não acho que o mundo vá permitir que ele faça isso”, defendeu Zelensky.