Pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) que atuam no Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (Certbio) desenvolveram um tipo de curativo que tem como princípio ativo uma substância encontrada na casca de camarão. Com função antimicrobiana e capaz de evitar infecções, o curativo está ajudando no tratamento de ferimentos de difícil cicatrização, como nos casos de pé diabético.
A pesquisa de desenvolvimento do produto foi apresentada em um congresso sobre Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, realizado em julho no Canadá. Através do estudo, descobriu-se que a quitosana tem propriedades que favorecem o crescimento de células e fortalecem os tecidos da pele. O curativo desenvolvido na UFCG não tem cheiro e não oferece riscos para os alérgicos ao camarão.
“Nosso objetivo é retribuir o que recebemos da sociedade, seja no financiamento de projetos, na forma de salários ou bolsas. Nos sentimos muito gratificados quando podemos oferecer ao Ministério da Saúde, ao SUS, um produto genuinamente desenvolvido com tecnologia nacional”, disse o coordenador do Certbio, professor Marcos Vinícius.
O material já foi utilizado em 18 pacientes diabéticos atendidos no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), que conta com serviço para público diabético com dificuldades no processo de cicatrização, principalmente, nos pés. Em média, são realizados cerca de 180 atendimentos por mês.
“A gente tá com resultados promissores. O curativo vem fechando os pés de diabéticos e evitando amputações”, relata Wladymir Bacalhau, pesquisador do Certbio.