O governo de Xangai informou que três pessoas idosas morreram de Covid-19 neste domingo. Foi a primeira vez durante o atual surto de coronavírus que o governo do mais importante centro financeiro da China relatou mortes entre pacientes com coronavírus.
“Todas as três pessoas pioraram após a admissão no hospital e morreram depois que os esforços para reanimá-las se mostraram ineficazes”, disseram as autoridades nas redes sociais.
As vítimas eram duas mulheres de 89 e 91 anos e um homem de 91 anos, segundo o governo local, que indicou que todos eles tinham comorbidades, como doença cardíaca coronária, diabetes e pressão alta.
A cidade registrou 22.248 novos casos de Covid-19 neste domingo, contra 21.582 registrados no dia anterior. Já foram mais de 320 mil infecções desde o início de março.
Com as três novas mortes anunciadas em Xangai, o número de vítimas de Covid na China chegou a 4.641. A última vez que a China relatou novas mortes por Covid foi em 19 de março, quando duas pessoas morreram na cidade de Jilin, no Nordeste do país. Foi a primeira morte no país em mais de um ano.
Com 25 milhões de habitantes, a maior cidade da China já realizou mais de 200 milhões de testes de ácido nucleico desde 10 de março em uma tentativa de conter o maior surto de Covid-19 da China desde que o coronavírus foi descoberto pela primeira vez, em Wuhan, no fim de 2019.
A cidade, onde quase toda a população está confinada desde o início de abril, segue a estrita política de Covid Zero, que visa eliminar totalmente a circulação do vírus. No sábado, um artigo no jornal oficial Diário do Povo, do Partido Comunista, defendeu que a abordagem era a “melhor escolha neste estágio com base na atual situação epidêmica da China”.
No entanto, muitos moradores de Xangai se queixam da falta de alimentos e do zelo excessivo das autoridades para que a quarentena seja respeitada.
Vários vídeos que circularam nas redes sociais mostravam moradores do lado de fora de suas casas gritando com policiais vestindo roupas de proteção com a palavra “polícia”. Em um dos vídeos, a polícia aparentemente faz várias prisões, enquanto os moradores acusam as forças de segurança de “espancar pessoas”.
O Globo