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Cofundador da Apple diz que inteligência artificial pode dificultar identificação de golpes
10/05/2023 / 11:09
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O cofundador da Apple, Steve Wozniak, alertou que a inteligência artificial (IA) pode dificultar a identificação de golpes e desinformação.

Wozniak disse temer que a tecnologia seja explorada por “pessoas mal-intencionadas”.

Em conversa com a BBC, ele afirmou que o conteúdo de inteligência artificial deve ser claramente rotulado — e que é necessária uma regulamentação para o setor.

O pioneiro da computação assinou uma carta em março com mais de mil pessoas, incluindo o empresário Elon Musk, pedindo uma pausa no desenvolvimento dos modelos de inteligência artificial mais poderosos.

Wozniak, mais conhecido no mundo da tecnologia como Woz, é um veterano do Vale do Silício que fundou a Apple com Steve Jobs e inventou o primeiro computador da Apple.

Em entrevista a Zoe Kleinman, editora de tecnologia da BBC, ele falou sobre os benefícios da inteligência artificial e suas preocupações.

“A inteligência artificial é tão inteligente que está aberta às pessoas mal-intencionadas, aquelas que querem te enganar sobre quem elas são”, advertiu.

O termo inteligência artificial abrange sistemas de computador capazes de realizar tarefas que normalmente precisariam de inteligência humana. Isso inclui chatbots capazes de entender perguntas e responder de forma semelhante aos humanos e sistemas capazes de reconhecer objetos em imagens.

Wozniak não acredita que a inteligência artificial vai substituir as pessoas porque carece de emoção, mas alertou que, na sua opinião, vai tornar pessoas mal-intencionadas ainda mais convincentes, porque programas como o ChatGPT podem criar textos que “soam muito inteligentes”

‘Um ser humano realmente tem que assumir a responsabilidade’

Ele acredita que a responsabilidade por qualquer coisa gerada por inteligência artificial e depois divulgada ao público deve ser de quem a publica:

“Um ser humano realmente tem que assumir a responsabilidade pelo que é gerado por inteligência artificial.”

Ele quer que a regulamentação responsabilize as grandes empresas de tecnologia que “sentem que podem se safar de qualquer coisa”.

Mas ele mostrou certo ceticismo sobre a expectativa de que os reguladores fariam isso acontecer: “Acho que as forças que buscam dinheiro geralmente vencem, o que é meio triste”.

Steve Jobs, John Sculley e Steve Wozniak em um evento da Apple em 1984 – Crédito: BETTMANN/GETTY IMAGES

‘Não podemos parar a tecnologia’

Wozniak foi um pioneiro da computação e diz que oportunidades perdidas no nascimento da internet servem de lição para os arquitetos da inteligência artificial de hoje. Ele acredita que “não podemos parar a tecnologia”, mas podemos preparar as pessoas para que sejam mais capacitadas a identificar fraudes e tentativas maliciosas de obter informações pessoais.

O atual chefe da Apple, Tim Cook, disse aos investidores na semana passada que era importante ser “consciente e cuidadoso” em como abordar a inteligência artificial.

“Vemos a inteligência artificial como algo enorme e continuaremos a inseri-la em nossos produtos de maneira muito cuidadosa.”

Por Philippa Wain, repórter de tecnologia da BBC