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Com Síndrome de Down e Autismo, jovem se destaca no curso de jornalismo em JP
21/03/2023 / 22:14
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A maioria de nós possui 23 pares de cromossomos (estruturas compostas de DNA que guardam informações genéticas, determinando as características individuais de cada pessoa), no entanto, os portadores de Síndrome de Down possuem um cromossomo a mais no par número 21, tornando-se um trio. Com isso, essa condição genética também é conhecida por ”trissomia do 21” e tem como data comemorativa, 21/03.

Portadores de Síndrome de Down possuem condições físicas e intelectuais específicas, predisposição à algumas doenças, como as respiratórias e cardíacas, além de poderem ter problemas de saúde ligadas a essa condição.

Lucas Simões, ou ”Luquinhas” como é carinhosamente chamado, é um jovem de 27 anos, portador de Síndrome de Down e Autismo, revelou ao F5 Online as dificuldades que já enfrentou.
”Caí da cama em 2019, quebrei a coluna, meu braço direito e depois machuquei o esquerdo. Tenho dificuldade para andar e sinto dor no quadril direito quando sento e levanto.”, afirmou.

Mas não pense que a vida dele se resume à problemas de saúde ou repouso em casa. Luquinhas tem um foco na vida: a educação. Estudante do sétimo período em jornalismo, é um excelente aluno, querido pelos professores, colegas de sala e faculdade inteira. E não para por aí não, porque além das aulas, ele faz estágio e é super engajado nos projetos universitários. Algumas limitações não existem. Ao menos não quando as oportunidades e força de vontade falam mais alto.
”Eu sempre quis entrar num curso superior pra me testar e sou apaixonado pelo jornalismo.” Diz Luquinhas, que já sonha com a pós graduação e mestrado.

Embora tenha sofrido bullying no colégio, Lucas diz sempre ter sido pacífico e respeitador com as pessoas. ”Eu sou tranquilex e conversava com meu colega, mas quando ele não me ouvia, eu ia à diretoria.”

Síndrome de Down não é uma doença, mas sim uma condição genética que ocorre independente da classe econômica, país ou crença e é preciso respeitar qualquer tipo de deficiência, seja na estrutura familiar, escolar, social como um todo. Pessoas com trissomia 21 são capazes de estudar, trabalhar, morar sozinhas e fazer o que as pessoas que não possuem essa condição, fazem. Precisam ser inclusas e acolhidas na sociedade, e não subestimadas e excluídas.

E para aquelas pessoas que também são especiais, Luquinhas deixa um recado:
”Se você tem interesse no seu sonho, não espere ele bater na sua porta não, querido. Vá atrás. Vocês que são especiais, não deixam a solidão bater na sua porta. Eu me sinto acolhedor e gosto de ajudar aos outros, aqueles que têm dificuldade física, psíquica, ou emocional como um todo. Eu gosto de ajudar o próximo.”

Todas as pessoas tem seu lugar no mundo. Suas habilidades, desejos, sonhos, capacidades. Entender isso e respeitar o próximo é um passo importante na evolução.

 

F5 Online com reportagem de Aline Ramalho