João Pessoa 25.13ºC
Campina Grande 21.9ºC
Patos 24.12ºC
IBOVESPA 129125.51
Euro 6.0398
Dólar 5.801
Peso 0.0058
Yuan 0.8006
Criticar a ”libertação” de Neymar do PSG patenteia a hipocrisia do torcedor brasileiro
15/08/2023 / 12:00
Compartilhe:

A confirmação da transferência de Neymar para o Al-Hilal da Arábia Saudita, provocou um enorme burburinho nas redes sociais e demonstrou, mais uma vez, como grande parte do torcedor brasileiro não consegue analisar friamente tudo o que envolveu a tão polêmica negociação. O rótulo de ” Mercenário”, palavra tão usada no meio futebolístico, mais uma vez veio à tona.

É fato que olhando apenas para o aspecto técnico, fica difícil de compreender como o maior talento brasileiro da geração, atuará no até pouco tempo  ”primitivo” futebol Saudita com apenas 31 anos. A decepção fica. E a sensação de que ele poderia ter sido ainda maior no cenário europeu, evidencia que suas decisões quase sempre impecavéis dentro de campo, foram antagônicas em detrimento as tomadas fora das quatro linhas.

Não entender a decisão dele de sair do Barcelona em 2017 é compreensível, se provou ser um erro. Eu também teria saído. Acredito que jogadores do tamanho e qualidade que ele sempre demonstrou possuir, tem que ter um clube ”só pra si”. Seria pouco ficar na sombra de outro gênio por mais temporadas. O tempo mostrou que não foi um casamento perfeito, que até chegou perto, mas nunca viveram em lua de mel. E creio que se pudesse acontecer um ” efeito Borboleta”, ele faria diferente.

Contudo, recusar mais de 1 bilhão de reais é para poucos. Bem poucos. A frustração existe e sempre existirá, mas condená-lo por aceitar uma proposta com valores exorbitantes, que seria a única forma de se libertar do antigo clube e sair um pouco dos holofotes da imprensa europeia que tanto o perseguiu. Creio que para um jogador do seu tamanho, vale mais a pena jogar, seja onde for, do que ficar de escanteio e ser preterido em Paris. Neymar não merece isso, nunca mereceu.

 

Mais uma vez muito criticado, mas de alguma forma ele não seria? O jogador que sempre apanhou por jogar e não jogar, por se posicionar e não se posicionar. Os mesmos que aclamam os jogadores do passado por serem ” raízes”, pegam no pé por viver da forma que quer. A verdade é que fazer sucesso no Brasil incomoda. De fato ele nunca será tudo aquilo que lhe foi projetado e nem precisa. Seu lugar está reservado na prateleira dos melhores e nada mudará isso.

Neymar é o Príncipe que poderia ser Rei. O menino da vila que encantou o Brasil e a Europa. O mesmo que para muitos tinha que ter jogado sua primeira Copa do Mundo aos 18 anos e que desde 2011 carrega a responsabilidade de comandar a Seleção. Não sei se estará presente na Copa de 2026, porém, sem ele as chances diminuirão.