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Delta é facilmente transmissível em ambientes abertos e faz lembrar que pandemia de covid ainda não acabou
15/08/2021 / 12:45
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Em meio ao avanço da vacinação contra covid-19 em diversos países, como Israel, por exemplo, que tem uma das maiores taxas de cobertura vacinal no mundo, a variante Delta tem preocupado autoridades sanitárias não só pela maior taxa de transmissibilidade como também por um novo fator: a capacidade de se propagar em ambientes abertos.

No início da pandemia, cientistas e profissionais de saúde eram assertivos sobre o menor risco de transmissão do vírus em espaços arejados, se comparado com locais fechados. No entanto, com o surgimento da cepa originária da Índia e o desenvolvimento de novos estudos, a realidade tem mostrado que os cuidados com o coronavírus e suas variantes continuam fundamentais.

“A variante Delta se transmite muito facilmente, nós já sabemos e temos documentação científica disso, inclusive em ambientes abertos. Porque a gente não via isso, com importância, nas outras variantes, em ambiente aberto, a gente falava: ‘não use máscara’, agora não é mais verdade”, explicou a infectologista e professora da Unicamp, Raquel Stucchi, em entrevista à CNN Brasil.

Vacinas

A especialista alerta ainda para o fato da Delta já estar desafiando a proteção dos imunizantes utilizados em todo o mundo. Segundo ela, a eficácia das vacinas diminui um pouco para a cepa.

“Então, se a vacina antes me dava uma proteção de 80, 90% contra a forma grave. Hoje essa proteção para a variante Delta cai uns 10 pontos. Ela vai para 80, quase 70%.”

Apesar de os vacinados com duas doses estarem mais protegidos contra a forma grave da doença, essas pessoas continuam com a capacidade de transmitir a covid e suas variantes para outros.

“A pessoa completamente vacinada tem uma chance menor, bem menor de ir para o hospital, de ter um quadro grave ou de vir a morrer pela covid-19, mas ela transmite muito bem”, diz Raquel.

“Os assintomáticos, os vacinados ou não-vacinados transmitem a Delta do mesmo jeito. Ela tem uma taxa de transmissibilidade muito grande”, acrescenta.

De acordo com a infectologista, é imprescindível e urgente que a população continue se protegendo através da vacinação completa, distanciamento social e uso de máscaras, especialmente a N95 e a PFF2, mais eficientes na proteção.

“Já temos bem documentado que a eficácia da vacina contra a Delta, mesmo entre os imunizantes mais eficazes, com uma dose só é muito ruim. Já a eficácia com duas doses, 14 dias após a segunda aplicação, se aproxima à resposta encontrada contra as outras variantes”.

Flexibilizações

Para Raquel Stucchi, é arriscado dizer que teremos festa de Réveillon no fim do ano e até mesmo Carnaval em 2022. Segundo a pesquisadora, as flexibilizações que estão sendo adotadas em diversas cidades e estados brasileiros “conclamam aglomerações”.

Embora o gestor público possa ter a intenção de realizar novas aberturas e festas tradicionais nos próximos meses, o adequado, agora, é esperar o momento certo para este anúncio, ressalta Stucchi.

“Claro que o gestor tem que ter planejamento, mas ele não precisa avisar tudo o que ele tem de planejamento para o futuro”.

Da Redação com CNN Brasil e Portal R7