Diferente das duas maiores cidades da Paraíba, que manterão seus prefeitos para uma nova gestão, em Santa Rita obrigatoriamente precisou haver uma mudança. É que após oito anos do médico Emerson Panta no comando da terceira maior cidade paraibana, a partir de 2025, quem sentará na cadeira de prefeito da cidade canavieira será um novo nome, entretanto, apoiado pelo grupo que governa a cidade: o ex-presidente da Câmara Municipal, Jackson Alvino (PP).
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Um dos maiores desafios do novo prefeito de Santa Rita está relacionado com a educação. É que, de acordo com os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ldeb), considerado o principal indicador da qualidade da educação brasileira, as notas conquistadas pela cidade nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental tem caído e nos Anos Finais, o cenário é bem mais preocupante: a meta não é batida há quase 10 anos.
Santa Rita tem três indicadores com percentuais abaixo de 40% de atingimento da média, que são: pessoas com hipertensão, com consulta e pressão arterial aferida (17%); pessoas com diabetes, com consulta e hemoglobina glicada solicitada (17%); e mulheres com coleta de citopatológico na Atenção Primária à Saúde (12%).
Outros dois indicadores ficaram entre 70% e 99% da meta: Proporção de gestantes com pelo menos seis consultas pré-natal realizadas, sendo a primeira até a 12ª semana de gestação; gestantes com atendimento odontológico realizado; e crianças de 1 (um) ano de idade vacinadas na APS contra Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B, infecções causadas por haemophilus influenzae tipo B e Poliomielite inativada.
Em relação a proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV, o município de Santa Rita registrou um percentual de 82% acima da meta. Os números são referentes ao primeiro quadrimestre de 2024, divulgados pelo Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), do Ministério da Saúde.
Para o ano de 2025, o novo prefeito Jackson Alvino e seus secretários terão à disposição um orçamento fixado em um pouco mais de R$ 660 milhões (valor 10,05% maior do que o de 2024). Pelo menos é o que prevê a Lei Orçamentária Anual (LOA).
As áreas com maior investimento serão a Educação (R$ 154 milhões); Saúde (R$ 96 milhões); Previdência Social (R$ 72 milhões) e Assistência Social (R$ 14,5 milhões).
Outros segmentos que também receberão investimentos importantes são: Cultura (R$ 24 milhões), Meio Ambiente (R$ 7,7 milhões), Mobilidade Urbana (R$ 3,1 milhões), Políticas para as Mulheres (R$ 1,1 milhão).
Assim como qualquer cidade brasileira de porte médio, Santa Rita enfrenta desafios ambientais que exigem atenção do poder público e ações integradas com órgãos da Justiça e da sociedade civil organizada. Um dos principais problemas é a poluição de reservatórios de água que cortam a cidade, especialmente o Rio Paraíba, importante manancial que também percorre outras cidades paraibanas. O despejo inadequado de esgotos domésticos e resíduos provocados pela atividade industrial compromete a qualidade da água e a biodiversidade local.
Outro ponto crítico é o crescimento desordenado da malha urbana, levando a situação de espaços de forma irregular em áreas de preservação permanente.
A gestão de resíduos sólidos também é um grande desafio. O descarte inadequado de lixo contribui para a poluição, além de impactar negativamente a saúde pública.
A cidade de Santa Rita já registrou a revolta de moradores, que por causa dos problemas com a coleta de lixo, despejaram e espalharam lixo em frente a sede da Prefeitura de Santa Rita.
Santa Rita também terá que enfrentar desafios de mobilidade urbana e infraestrutura viária, pois segundo dados do Ministério dos Transportes, a cidade registrou 52.081 veículos. Além disso, pode-se observar um fluxo intenso, proveniente de pessoas de outras localidades que se deslocam para Santa Rita por questões educacionais, profissionais, saúde, comércio e serviços.
Os desafios relacionados a mobilidade aumentaram em Santa Rita a partir de 2018, quando o prefeito Emerson Panta – que está encerrando sua gestão – transformou o antigo Departamento de Transportes e Trânsito (DTTRANS) em Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana do Município de Santa Rita (Semob-SR), além de também ter instituído o Sistema de Estacionamento Rotativo Pago nas vias e logradouros públicos (Zona Azul).
Esta reportagem faz parte da série produzida pelo F5 Online sobre os desafios que municípios paraibanos terão que enfrentar em 2025, período em que iniciarão novas gestões do poder público municipal, seja com prefeitos reeleitos ou novos prefeitos.
O F5 Online tentou contato com o prefeito eleito Jackson Alvino para comentar os temas da reportagem, mas os contatos não foram atendidos.