Prestes a subir ao Palco Supernova do Rock in Rio com seu primeiro show pop, no domingo (11), Priscilla Alcantara tem visto seu nome ser alvo de críticas desde que fez sua estreia no festival durante a apresentação do rapper Emicida, no último fim de semana.
Para muitos, soa “forçado” ou “hipócrita” o fato da artista ser evangélica e se aproximar de um gênero [pop] consumido em grande parte pela comunidade LGBTQIA+, alvo de constantes ataques por parte de líderes religiosos. Antes uma cantora gospel, Priscilla migrou para a música pop em 2021 e tem se aproximado de pautas e artistas ligados aos movimentos negro e LGBTQIA+.
A apresentadora diz não entender todas as críticas que recebe, mas enxerga que parte do público destina a ela o “ranço” que tem do fanatismo religioso e do histórico de falas preconceituosas de outros evangélicos.
“Falam que eu tenho que rebater quem me bota ali dentro daquele estereótipo evangélico, mas sabe por que eu não rebato? Se você perguntar por que as pessoas têm ranço ou resistência com o crente, você vai ver que em algum momento o fanatismo religioso feriu essas pessoas. Como é que vou rebater isso?”, disse em entrevista ao Splash UOL.
A cantora ainda criticou atitudes dentro do meio gospel e pediu perdão à comunidade LGBTQIAP+ “em nome de qualquer outro evangélico que feriu pessoas pela orientação sexual ou que usou do nome de Deus para ferir alguém”.
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“As pessoas precisam de tempo para assimilar e se curar, sabe? Eu quero ajudar nesse processo de cura e, sempre que possível, pedir perdão em meu nome e em nome de qualquer outro evangélico que feriu pessoas pela orientação sexual ou que usou do nome de Deus para ferir alguém. Esse nunca foi o propósito de Deus na terra, sabe? O propósito de Deus para o evangélico é que ele propague a boa notícia”.
“A boa notícia não é que você vai para o inferno por ser quem você é. A boa notícia é que você é amado, aceito e desejado por Deus. Então, eu vou reafirmar sempre isso e ter a paciência para um dia eu ser livre também desse estereótipo, porque eu me libertei muito, graças a Deus, de muitos pensamentos e comportamentos do lugar onde cresci porque me abri para ter uma evolução da minha consciência de fé e entender que a minha fé precisa ser palpável e um ato de serviço pro meu próximo”, completou.
Para a cantora, “tudo aquilo que em nome de Deus te destrói, não é de Deus”. “Talvez carregue certo estereótipo, mas eu vou lutar para poder reafirmar aquela frase, ‘Jesus não é o fã clube dele’, sabe?”.
F5 Online com Splash UOL