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Sobrinha de médico pediatra suspeito de abuso sexual contra crianças relata caso sofrido há mais de 30 anos
07/08/2024 / 15:20
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(Foto: Reprodução/TV Correio)

Uma sobrinha do médico pediatra de 80 anos, suspeito de abusar sexualmente de crianças relatou que sofreu um abuso do tio há mais de 30 anos. O fato foi relembrado durante uma entrevista à repórter Jaceline Marques, da TV Correio, que ouviu em detalhes, que o caso aconteceu quando a vítima estava na casa de praia do tio, no ano de 1991.

“A gente passava veraneio lá, porque a gente morava em Natal, e em um desses dias, ele me acordou – eu dormia no quarto da filha dele. Ele ficou brincando comigo, dizendo que eu tinha acordado de madrugada, com saudade dos meus pais, que eu tinha ido no quarto dele e da minha tia, e eu fiquei sem entender por que eu não sou de acordar de madrugada, não me lembrava de ter acordado de madrugada. Quando foi mais tarde, ele me chamou no quarto dele, foi quando ele pediu para eu abaixar a calça, colocar as mãos nos órgãos dele, e ficar fazendo movimentos, e depois ele pediu para eu abaixar a minha calça e ele colocou as mãos nos meus órgãos e pediu segredo”, disse Gabriela Vilar.

Gabriela só revelou o caso à família dois anos depois, em 1993. Na ocasião, ela e a mãe foram surpreendidas com uma revelação da irmã, Carla, que disse também ter sido vítima de abuso do médico.

“Eu contei para os meus pais dois anos depois, e contei por que eu estava com a minha prima (filha do médico), com outro primo meu, e uma amiga, vizinha, e eu não lembro o motivo (da conversa), mas se tocou nesse assunto de abuso sexual de criança. Essa amiga, que era mais velha, falou ‘Gabi, ou você vai na sua mãe agora e conta (o que aconteceu) ou quem vai contar sou eu’. Aí eu fui (contar a mãe) e ela me perguntou ‘você tem certeza do que está falando? Porque você sabe que vai ter um rompimento na família’ e nessa hora, minha irmã, Carla, estava escutando atrás da porta e a abriu para entrar. Minha mãe pediu para ela sair porque disse que estava tendo uma conversa séria comigo. Mas Carla disse ‘não, mainha, eu sei do que se trata, porque também aconteceu comigo”, relatou.

Gabriela comentou o sentimento de trazer o caso à tona, três décadas depois:

Me sinto muito culpada por não ter feito a denúncia antes. Eu não podia fazer em 1993 porque eu era uma criança, teriam que fazer por mim. Mas me tornei uma adulta. E, sem saber, essa denúncia tem um tempo para ser feita, e eu poderia a partir dos meus 18 anos, ter feito essa denúncia até meus 38 anos. E quando eu fui denunciar, eu já tinha 41

Famílias começam a denunciar médico

A mãe de uma criança, que teria 4 anos na época em que foi abusada, denunciou o médico suspeito de abuso sexual contra crianças. A sobrinha dela, de 7 anos, também era paciente do médico e teria sofrido abuso.

Na tarde desta quarta-feira (7), mais mães de vítimas devem registrar denúncias na Delegacia do Menor.

O médico deve comparecer à delegacia nesta quinta-feira (8). O advogado Bruno Pontes afirmou que o advogado do médico estava se dirigindo à delegacia, mas diante da presença de equipes de reportagem no local, ele não foi ao local.

Até o momento da publicação desta matéria, a defesa do médico não se manifestou sobre o assunto.

Entenda o caso

A Polícia Civil da Paraíba confirmou que um médico pediatra de 80 anos está sendo investigado suspeito de estupro de vulnerável contra uma criança de nove anos.

A denúncia foi feita pela mãe da menor, que a acompanhava durante uma consulta, ocasião em que o crime teria sido cometido, no fim do último mês de julho, em João Pessoa.

Um inquérito foi aberto e a polícia deve investigar, através de depoimentos, se existem outras vítimas.

“O médico foi ouvido, a delegada que preside a investigação iniciou o interrogatório na última semana, que teve que ser suspenso por alegações de ordem médica, de saúde. O interrogado não estaria com condições de continuar até o término do interrogatório, ato que seguirá ao decorrer da semana. Além do interrogatório, outras diligências foram feitas pelas equipes, inclusive já comunicadas ao judiciários”, informou ao portal MaisPB o superintendente da Polícia Civil, Cristiano Santana.

*Matéria publicada pelo Portal Correio