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Bolsonaro confirma encontro com Luis Miranda e diz que não pode tomar ‘providência de tudo que chega a mim’
10/07/2021 / 15:17
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou, neste sábado (10), que se encontrou com o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e ouviu as denúncias sobre irregularidades no contrato de compra da vacina Covaxin. “Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência”, disse o presidente em entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã de hoje.

“Eu não me reuni… Ele pediu uma audiência pra conversar comigo sobre várias ações. Eu tenho reunião com mais de 100 pessoas por mês, dos mais variados assuntos. Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência”, afirmou o mandatário ao comentar a reunião relatada por Miranda na CPI da Covid.

Bolsonaro disse ainda que o governo não gastou “um centavo” com a vacina indiana e chamou os fatos relatados na CPI sobre o superfaturamento do contrato de “história fantasiosa” que “só serve” a Renan Calheiros, Omar Aziz, “ou aquele deputado Randolfe lá do estado dele”, se referindo ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Ao ser perguntado sobre a carta enviada pelo comando da CPI da Covid que provoca o mandatário a se manifestar sobre o depoimento de Luis Miranda a respeito do caso Covaxin, o presidente da República disse que não tem obrigação de responder, chamando os senadores Calheiros, Aziz e Rodrigues de “ladrões” e “bandidos”.

RELEMBRE O CASO 

Em depoimento à CPI da Covid no mês passado, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, disseram que houve pressão na pasta para liberar a importação da Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, e que tiveram um encontro com Bolsonaro relatando o caso.

O presidente teria dito, então, que se tratava de um “rolo” do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

No início de julho, a ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de inquérito contra o presidente Bolsonaro para apurar se ele cometeu o crime de prevaricação ao ignorar denúncias de irregularidades acerca das negociações para compra da vacina Covaxin. A magistrada atendeu pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para investigar o caso. A solicitação da Procuradoria, porém, só foi feita após pressão de Rosa Weber.